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A revolução no alfabeto que obriga um país a aprender a escrever do zero

Novo alfabeto que vai ser introduzido no país REUTERS/Shamil Zhumatov

Já se escreveu com letras árabes, latinas e mais tarde usaram o alfabeto cirílico. O Cazaquistão prepara mais uma revolução no alfabeto, a terceira em menos de 100 anos, para diminuir a influência russa no país.

O Cazaquistão conseguiu a independência da antiga União Soviética em 1991, mas a Rússia continua a ter uma grande influência no país com 18 milhões de habitantes, sendo o russo o alfabeto oficial do país.

É, precisamente para reduzir a influência da Rússia no país, que o presidente, Nursultan Nazarbayev, criou um grupo de especialistas para trabalhar num novo alfabeto baseado no latino. A ideia passa por terminar o projeto no final deste ano para que a transição esteja pronta em apenas oito anos.

"Isto significa que para 2025 vamos ter jornais e livros impressos com o alfabeto latino, disse Nazarbayev, num comunicado oficial, citado pela "BBC".

O Kazajo, da família das línguas turcas, escreveu-se em alfabeto árabe até 1920, quando a União Soviética introduziu o latino. Em 1940, o cirílico tornou-se o alfabeto oficial.

Para além da componente simbólica, esta mudança tem também contornos práticos. O cirílico tem 42 símbolos e o latino apenas 16, o que torna mais difícil escrever em dispositivos mais pequenos, cada vez mais usados, como é o caso dos periféricos móveis.

"O alfabeto latino é o mais usado em todo o mundo. É o da ciência e da tecnologia", disse Gulnar Amandykova, do Colégio Pedagógico Dosmukhamedo, ao canal de televisão público do Cazaquistão,

Especialistas do país acreditam que a intrusão do novo alfabeto ajudará na integração das diversas etnias do país.

Redação