A Arábia Saudita deteve desde sábado 201 pessoas por suspeitas de corrupção envolvendo mais de 100 mil milhões de dólares (cerca de 86 mil milhões de euros) nas últimas duas décadas.
O procurador-geral saudita, Saud al-Mojeb, anunciou em comunicado que 208 pessoas foram notificadas para interrogatório desde sábado e que sete foram libertadas sem acusação.
"A escala potencial das práticas de corrupção descobertas é muito grande", afirmou, acrescentando que as investigações sobre os últimos três anos permitem estimar em mais de 100 mil milhões de dólares o valor movimentado ilegitimamente nas últimas décadas.
O número agora anunciado é muito superior ao anunciado no fim de semana, sugerindo que foram feitas mais detenções durante a semana.
No domingo, as autoridades anunciaram que na operação lançada no sábado à noite foram detidos 11 príncipes e 38 altos responsáveis e empresários.
Críticos e observadores consideram que a ampla operação, no âmbito da qual foram detidos príncipes, militares e empresários, é uma tentativa de apropriação do poder pelo príncipe herdeiro, Mohammed Bin Salman, para afastar potenciais rivais.
Entre as detenções já conhecidas figura o milionário príncipe Al Walid bin Talal e dois dos filhos do falecido rei Abdullah, um dos quais, o príncipe Miteb, chefiava a Guarda Nacional.
Cerca de 1700 contas bancárias pertencentes aos detidos foram congeladas. As autoridades admitiram ter encerrado contas, mas recusaram dizer quantas, limitando-se a assegurar que apenas foram visadas contas pessoais.