Desporto

"Não sou um yes man", diz Sérgio Conceição

Fábio Poço/Global Imagens

Desafiado por Rui Vitória a não passar dos limites e a assumir responsabilidades, o treinador do F. C. Porto respondeu que "o verdadeiro limite é o do respeito pela verdade desportiva", acrescentando que mantém o que disse sobre a "incoerência" do técnico do Benfica.

Sérgio Conceição voltou, este domingo, à polémica com Rui Vitória e, mesmo dizendo que já não tinha muita vontade de falar no assunto, disparou: "Não voltei atrás no que disse e lamentei apenas um exemplo menos feliz [a comparação de Vitória com um boneco que o filho tem em casa]. Se mandasse indiretas, não podia assumir responsabilidades, mas eu sou frontal. Não tenho de pedir desculpas. Tenho respeito por toda a gente, dos roupeiros ao vendedores de pipocas, aos presidentes e aos treinadores".

"O verdadeiro limite é o do respeito pela verdade desportiva. Esse é que é o limite. O que tem de falar por mim é a minha equipa, o futebol que pratica, os resultados. Não sou um "yes man", sou frontal. Fui assim como jogador e como treinador, desde que comecei como adjunto na Bélgica. A incoerência [de Rui Vitória] continua e reafirmo-a", acrescentou.

Numa conferência de imprensa em que não garantiu a disponibilidade de Brahimi e Marega para o jogo desta segunda-feira no Estoril, o técnico portista também apontou a mira a Braga, mostrando-se surpreendido pelo facto de Abel Ferreira, treinador da equipa minhota, ter dito que não o conhecia pessoalmente.

"Fui eu que dei o aval à contratação do Abel. Trabalhei com ele sete meses, tivemos reuniões e não me conhece? Fico admirado. Eu nunca disse que o Braga estava na luta pelo título, nem pus pressão. Zero. Só falei na tabela classificativa e que estavam a três pontos do Benfica antes do jogo desta jornada. A mensagem naquele clube é lutar pelos quatro primeiros lugares. Lutem pelo que quiserem", referiu.

Sobre a possibilidade de a série de vitórias consecutivas poder deslumbrar os jogadores do F. C. Porto, Conceição disse estar totalmente tranquilo: "Não acredito em deslumbramentos. Há aqui jogadores que já conquistaram muitos títulos, mas juntos, no F. C. Porto, nunca ganharam nenhum. Ainda não conseguimos nada e vamos entrar agora na segunda volta, para tentarmos fazer igual ou melhor do que fizemos na primeira. O que as vitórias me dão é a responsabilidade e a boa pressão de ter de ganhar o jogo seguinte".

Nuno A. Amaral