Cultura

Diversidade e desafios da arquitetura contemporânea em debate no Porto

FAUP Artur Machado/Global Imagens

A diversidade, problemas e desafios da arquitetura contemporânea nos cinco continentes serão debatidos durante um ciclo de conferências que começará na quarta-feira, na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP), e que juntará profissionais de diferentes nacionalidades.

O ciclo, intitulado "Contexto(s) na Arquitectura Contemporânea: 5 Continentes", que se estende até abril, proporciona um debate para "aprofundar o conhecimento em torno de temas com pertinência contemporânea e internacional", disse a professora da FAUP, Ana Neiva, que coorganiza a iniciativa em conjunto com o arquiteto José Cabral Dias.

Estes encontros contarão com cinco arquitetos em representação dos diferentes continentes, que apresentarão os projetos que melhor traduzem "o seu entendimento do contexto natural e dos problemas contemporâneos da arquitetura", indicou.

Além de serem figuras emergentes da arquitetura mundial, reconhecidos pelo trabalho desenvolvido e alvo de exposições e de prémios internacionais, os profissionais convidados trabalham "entre o local e o universal", partindo de "uma forte atenção ao contexto físico e cultura - através de uma relação muito próxima à vida, às pessoas e à ideia do ser humano -, mas discutindo temas que são universais na arquitetura", acrescentou.

Ana Neiva salientou que este ponto de vista, que gira em torno da arquitetura "muito ligada ao contexto local", é paralelo ao da FAUP, daí a ideia para a criação deste ciclo.

"Com a exeção de David Chipperfield [arquiteto inglês convidado para a quinta e última conferência do ciclo], é a primeira vez que estes arquitetos estão em Portugal, o que torna esta iniciativa inédita", referiu a arquiteta.

A primeira sessão tem como convidado o costa-marfinense Issa Diabaté, arquiteto com "um trabalho tremendo nas ONG's [Organizações Não-Governamentais] ao nível de programas e equipamentos na sua cidade e país natal", contou a docente.

Segundo a professora, o arquiteto, diretor do atelier Koffi & Diabaté Architects e cofundador do Koffi & Diabaté Group, é responsável pela criação de um grupo de investimento para planeamento e futuros empreendimentos na Costa do Marfim.

"Issa Diabaté preocupa-se em encontrar soluções construtivas e uma expressão arquitetónica que responda ao clima e à cultura local, mas, por outro lado, defende uma ideia de organização mais lata em relação ao território e às cidades", disse ainda.

Mestre em arquitetura pela Universidade de Yale, Issa Diabaté estagiou entre 1991 a 1993 em África, nos Estados Unidos e na Europa, tendo recebido vários prémios e distinções pelo trabalho desenvolvido.

Foi nomeado cavaleiro de Mérito Cultural e galardoado na Bienal de Arte Contemporânea DAK'ART do Senegal, em 1998.

O ciclo de conferências prossegue com o arquiteto australiano Paul Owen, a 22 de março, seguindo o norte-americano Rick Joy, a 11 de abril, o chinês Li Xiaodong, a 18 de abril, e o britânico David Chipperfield, em data que será anunciada em breve.

Tendo como o público-alvo estudantes de arquitetura, arquitetos e pessoas interessadas nesta área, o ciclo é de entrada livre.

Na sua sequência, será lançada uma publicação com o intuito de registar e divulgar a iniciativa.

Redação