Novos documentos a que a estação norte-americana CNN teve acesso destapam um pouco do que tem sido a vida na prisão de Nikolas Cruz, o jovem de 19 anos que matou a tiro 17 pessoas numa escola secundária da Florida, EUA, a 14 de fevereiro.
Nikolas Cruz está detido na cadeia de Broward, condado da Florida, desde 17 de fevereiro, três dias depois do massacre na Escola Secundária Stoneman Douglas, em Parkland. Desde o momento em que deu entrada no estabelecimento prisional até dia 24, todos os gestos e comportamentos do adolescente foram observados e analisados à lupa por vários guardas prisionais, que fizeram chegar à CNN os relatos do que foi a primeira semana de detenção.
O perfil descrito como "perturbador" que lhe tem sido associado valeu-lhe o isolamento na cadeia. Começou por ser colocado na enfermaria, tendo sido transferido para uma cela individual, noutro polo.
De 17 a 24 de fevereiro, demonstrou-se quase sempre "tranquilo e relaxado", enquanto colaborava com as autoridades no que lhe era pedido. "Segue comandos e responde a questões", descreveu um dos guardas, acrescentando que é hábito Nikolas responder de forma "calma" e "lenta", embora por vezes "pouco assertiva". "Começa por acenar com a cabeça para responder, mas usa discurso normal quando solicitado", cita a CNN.
Segundo registou um outro guarda, Cruz não faz contacto visual com outras pessoas, sentando-se, muitas vezes, a "olhar para o vazio", quase sempre com semblante sério, embora se tenha rido, num dos dias. Algumas vezes rejeitou comida, mas a ideia de quem tem tido uma conduta bem-comportada desde que chegou a Broward é unânime a todos os guardas.
Dia 23, Nikolas pediu aos guardas uma cópia da bíblia para ler antes de dormir. Durante a noite, está sempre na cama, de olhos fechados, mas acordado e agitado, "a virar-se de um lado para o outro", garantem os vários observadores que o viram.
Nikolas Cruz, acusado de 17 crimes por homicídio premeditado, recebeu a primeira visita de um familiar no dia 24 de fevereiro. Até então, só tinha visto advogados e médicos, além de guardas e presidiários.