A China acusou, esta sexta-feira, os Estados Unidos de estarem a "atacar" o comércio mundial, prometendo a sua "firme oposição" às taxas aduaneiras sobre as importações de aço e alumínio decididas por Donald Trump.
Donald Trump justificou as novas taxas com a necessidade de proteger, por questões de segurança nacional, a indústria norte-americana mas, esta sexta-feira, a China considera que essa decisão constitui "um ataque deliberado contra o sistema comercial multilateral incorporado pela Organização Mundial do Comércio (OMC)", avisando que as medidas terão "um sério impacto" no mundo global.
Horas depois de Trump ter assinado os diplomas, também o ministro japonês dos Negócios Estrangeiros, Taro Kono, considerou que estas "lamentáveis" taxas "prejudicam as relações comerciais bilaterais".
"Esta medida pode afetar muito a cooperação económica entre o Japão e os EUA, bem como todo o comércio internacional", disse o MNE japonês.
Governo do Brasil preocupado
O Governo do Brasil criticou as taxas de importação sobre o aço e o alumínio, admitindo um impacto negativo no comércio bilateral já desfavorável para o país.
Em comunicado divulgado pelos Ministérios dos Negócios Estrangeiros (Itamaraty) e da Indústria Comércio e Serviços, o executivo de Michel Temer considera que "as medidas causarão graves prejuízos às exportações brasileiras e terão um impacto negativo significativo nos fluxos bilaterais de comércio, amplamente favoráveis aos Estados Unidos nos últimos 10 anos".
O Governo brasileiro afirmou que tem feito esforços para evitar a aplicação destas medidas desde o ano passado, lembrando que os produtos do Brasil não causam ameaça, mas são complementares aos interesses norte-americanos.
A nota refere que cerca de 80% das exportações brasileiras de aço não correspondem a produtos acabados e são utilizadas como produtos intermédios para a indústria siderurgia norte-americana.
O Brasil é o maior importador de carvão siderúrgico dos Estados Unidos (cerca de mil milhões em 2017), principalmente destinado à produção brasileira de aço exportado para os Estados Unidos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou quinta-feira os decretos que confirmam tarifas aduaneiras de 25% às importações de aço e 10% às de alumínio, numa estratégia para proteger a indústria norte-americana.