O ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, garantiu hoje que será aberto concurso para o novo diretor do Museu Nacional Grão Vasco, de Viseu, apesar do bom trabalho que a atual diretora, Paula Cardoso, tem vindo a desenvolver.
"A dra. Paula Cardoso [diretora em regime de substituição] tem feito um excelente trabalho, no entanto, é evidente que o concurso terá de ser aberto, é da lei", disse aos jornalistas, em Viseu, no final da sessão de encerramento do 102.º aniversário do Museu Nacional Grão Vasco.
O concurso deverá ser lançado brevemente, estando já em curso os respetivos procedimentos.
Técnica superior no Museu Nacional Grão Vasco desde 2008, Paula Cardoso assumiu, a 01 de fevereiro de 2017, as funções de diretora em regime de substituição, após o fim da comissão de serviço de Agostinho Ribeiro.
Luís Filipe Castro Mendes justificou o atraso na abertura do concurso com o facto de ter havido outros concursos para fazer, e de a própria Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública ter mudado e ficado "algum tempo sem titular".
"Portanto, são causas administrativas e burocráticas. Não há nenhuma razão política que nos leve a adiar este concurso", frisou.
Durante a cerimónia, o vereador da Cultura na Câmara de Viseu, Jorge Sobrado, defendeu que o Museu Nacional Grão Vasco deve ter "um projeto de gestão cultural de médio e longo prazo" e "uma direção estável".
"Um projeto de longo prazo tem de ter uma direção com um tempo definido de gestão. Penso que se conseguiu muito em termos de gestão nesta fase, com a atual diretora, temos aqui um bom exemplo, uma boa prática, mas isso não implica que as pessoas não tenham de se submeter a concurso, como é de lei", disse o ministro.
Quando assumiu o cargo, Paula Cardoso explicou que ficaria como diretora em regime de substituição, por "um período máximo de 90 dias ou até à conclusão do procedimento concursal".
Agostinho Ribeiro tinha-se recusado a ficar em gestão corrente, após o fim da sua comissão de serviço.
"Escusei-me desse exercício porque as comemorações do centenário do museu ainda estão a decorrer e acho que um diretor em gestão corrente ficaria menorizado, o que não seria abonatório", justificou Agostinho Ribeiro à Lusa, no início de 2017.
No final de 2016, Agostinho Ribeiro foi informado de que a sua comissão de serviço como diretor do Museu Nacional Grão Vasco não seria renovada.