O tabaco representa uma das principais causas evitáveis de doença e de morte prematura no Mundo.
Portugal não foge a este triste cenário! E triste, sobretudo, porque acontece em consciência: sabemos o mal que faz mas continuamos a fumar. Todos já fomos alertados muitas vezes, e até de formas dramáticas, acerca dos efeitos negativos do tabaco. A informação chega-nos por todos os canais de comunicação. Quantas vezes já sofremos por assistir à doença de um familiar ou amigo...
Todos os anos morrem, em todo o Mundo, cerca de sete milhões de pessoas por doenças associadas ao tabaco: cancro, doenças respiratórias e doenças cerebrocardiovasculares. Como nutricionista, preocupa-me fazer um aconselhamento alimentar que melhore a qualidade de vida das pessoas. Uso os meus canais de comunicação, passando a informação e procurando evitar uma série de patologias diretamente afetadas pela alimentação. O que muitas pessoas não sabem é que algumas dessas patologias também podem ser agravadas pelo tabaco.
O tabaco mata prematuramente e em Portugal provoca aproximadamente uma morte a cada 50 minutos. "Só" isto dá que pensar. O que choca mais ainda é assistir ao aumento do seu consumo por parte das mulheres.
Tenho assistido a toda esta polémica em torno da campanha dos média destinada à prevenção do tabagismo entre as mulheres - "Opte por amar mais" - e só posso dizer que não vejo motivo plausível para alguém dizer que põe em causa a igualdade dos sexos. O objetivo é sensibilizar as mulheres e cumpre-o na perfeição. Sim, choca. Incontestavelmente.
A campanha é válida e, a meu ver, muito bem conseguida, cumprindo o seu papel na perfeição: chocar para fazer pensar. Vem juntar-se a uma série de outras iniciativas que têm por objetivo melhorar a saúde a este nível e constituem uma estratégia comprovadamente eficaz na redução do tabagismo.
Na verdade, outras campanhas antitabagismo também já tinham chocado, por usarem imagens que retratam o impacto do consumo de tabaco na saúde, mostrando claramente o sofrimento e a doença, de forma a suscitar reações emocionais. Qual é o objetivo? Atingir grandes faixas da população, mexendo não só com comportamentos individuais mas também com questões sociais. Acabam por influenciar os padrões de consumo.
Todas as estratégias para reduzir o tabagismo são bem-vindas e não põem em causa géneros, raças ou culturas.
* NUTRICIONISTA