"O filme é um murro no estômago, não se conhece esta realidade. Foi uma violação dos direitos humanos".
Foi num silêncio quebrado pelo murmúrio de lágrimas contidas que decorreu a projeção do documentário "A nossa terra, o nosso altar" na sala do Cinema Trindade, no Porto, anteontem à noite, numa sessão especial com a presença do realizador e de uma das protagonistas.
E ela, Luísa Ferreira, não fez qualquer esforço para conter os fundos suspiros que lhe ocorriam ao rever o filme que retrata os oito anos que durou o desmantelamento do Bairro do Aleixo, onde viveu 45 anos. Nos últimos sete, André Guiomar fez uma "narrativa emocional", sem disfarçar a sua intenção política e o seu envolvimento humano.