OpiniãoA Internet das pessoasO termo IoT está hoje disseminado em todo o mundo, significando a Internet das Coisas (Internet of Things). Trata-se de colocar sensores em tudo o que é físico - as coisas -, de forma que se possa controlar remotamente várias das suas características, incluindo a posição. Muito útil, convenhamos, num mundo em que o físico e o digital se fundem, quase sempre para nossa conveniência. Ainda assim, questiono-me sobre o papel da Internet junto das pessoas, sobretudo das mais vulneráveis. A resposta, ou uma resposta, chegou-me esta semana, por via de um projeto-piloto que está a decorrer em Trás-os-Montes, designado "Idoso(@) Ativo(@)".
OpiniãoUma pandemia cibernéticaO dossier desta semana da revista "Newsweek", dedicado aos ataques perpetrados por hackers cada vez mais organizados e sofisticados, impressiona pela extensão geográfica e pela dimensão numérica. Trata-se de uma noticiabilidade difícil de produzir, porque este tipo de crime é muitas vezes mantido em segredo. Daí, nenhum de nós ter uma noção aproximada de uma realidade que se desenvolve muito na chamada darknet.
OpiniãoMais passeios? Talvez melhores passeios...Na sequência do processo de consulta pública feita no âmbito da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Pedonal, a Associação Zero veio exigir que haja mais espaço para peões nas ruas. Antes de discutir dimensões quantitativas, talvez fosse avisado tomar medidas para recuperar os passeios existentes. Ninguém ganha o gosto por caminhar em pisos irregulares e cheios de buracos.
OpiniãoOs exames não podem valer tudoNotícias desta semana avançam que, no novo modelo de acesso ao Ensino Superior, os exames finais deixam de ser obrigatórios para a conclusão do Ensino Secundário, mas ganham mais peso para quem quer prosseguir os estudos, podendo valer, pelo menos, metade da nota de acesso a uma universidade ou a um politécnico. Tal decisão contraria a valorização da aprendizagem contínua e a importância da formação integral dos estudantes que tanto se tem defendido.
OpiniãoOs meus desejos para 2023Trabalhando numa universidade pública, espero que o próximo ano traga recursos financeiros mais estáveis que permitam um consistente planeamento das atividades científicas e pedagógicas.
OpiniãoAprender a viver na imprevisibilidadeHá um ano, ambicionávamos um mundo livre da pandemia, focado em recuperar a normalidade perdida. A guerra na Ucrânia voltou a virar tudo de pernas para o ar. Sentimos novamente medo e, depois, experimentamos inesperados constrangimentos financeiros. Hoje, a ordem do imprevisível torna-se cada vez mais dominante.
OpiniãoSinais de alerta nos mais novosUm estudo da Organização Mundial de Saúde ("Health Behaviour in School-Aged Children") sobre a adolescência, envolvendo Portugal, documenta que os nossos jovens se sentem infelizes.
OpiniãoÉvora: o elogio ao vagarNão imagino se a equipa que preparou a candidatura de Évora a Capital Europeia da Cultura em 2027 leu o livro "Hipercultura - o Preço da Pressa", de Stephen Bertman. É que no conceito de vagar da candidatura estão lá muitas ideias desta obra que nos coloca no trilho perfeito para pensar as limitações de uma sociedade gerida pelo "agora e já". Daqui em diante, Évora terá de se concentrar no mais difícil: criar públicos disponíveis para o consumo da cultura.
OpiniãoAs lições do JapãoHabituados a climas efervescentes quando termina um jogo de futebol, é com estupefação que vemos os adeptos japoneses de sacos de lixo na mão a limparem calmamente as bancadas onde permaneceram nas duas horas anteriores. Também os jogadores da seleção nipónica replicam o mesmo cuidado nos balneários. Porque todos aprenderam a devolver ao espaço público ambientes tal como lhes foram proporcionados: limpos.
OpiniãoOs idosos contam. MuitoPortugal está mais envelhecido. Hoje, por cada 100 jovens, há 182 idosos. E isso pesa enormemente num tecido social sem estruturas de apoio aos mais debilitados e sem políticas públicas que promovam um envelhecimento mais ativo. A noticiabilidade em torno dos resultados dos Censos 2021 dá outra visibilidade a um problema há muito detetado. A partir de agora, o tempo tem de ser de ação.
OpiniãoUma bola a rolar num país sem cultura futebolísticaComeça domingo o primeiro Mundial a decorrer num país árabe. É o mais caro de sempre, somando um custo de mais de 200 mil milhões de euros. Sem uma expressiva cultura futebolística, o Catar vê aqui uma oportunidade de afirmação global. Mas a contestação tem sido grande.
OpiniãoUma perigosa turbulência na política americanaA tão anunciada onda vermelha que se previa para as eleições intercalares dos EUA, com uma previsível conquista do Senado e da Câmara dos Representantes por parte do Partido Republicano, não aconteceu. Até agora, apenas se sentiu uma ligeira ondulação. Os democratas respiraram de alívio, mas o perigo não desapareceu. Até porque os votos não estão todos contados.