OpiniãoÉ mais difícil estar infeliz quando se está a comer geladosRoubei esta frase a Kurt Vonnegut, autor do livro antibelicista mais genial que conheço - "Matadouro cinco". Publicado em 1969, mantém plena atualidade. Não sei se integra os livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura, mas seria apropriado, por muitas razões. Se outra não houvesse, por causa da guerra que, na Ucrânia, voltou a assombrar a Europa.
OpiniãoIndeferimento tácitoSabe o que é? Eu descobri há pouco tempo. E vou revelar-vos a minha surpresa.
OpiniãoCorrigir injustiças no acesso ao Ensino SuperiorO acesso ao Ensino Superior assenta, há quase 30 anos, numa seriação de candidatos com base nas classificações atribuídas pelas escolas secundárias e nas notas obtidas em exames nacionais. O sistema não é perfeito. Há todo um debate sobre que competências e capacidades são efetivamente medidas pelas escolas e pelos exames e qual destas componentes deve ser mais valorizada. Por essa razão, o regime foi sofrendo ajustes ao longo dos anos com o objetivo de conferir às instituições de Ensino Superior autonomia para, dentro de margens apertadas, ponderarem o peso relativo de cada uma destas componentes da classificação e introduzirem outros critérios de seleção. Adicionalmente, foram criados regimes especiais de acesso para compensar desigualdades de partida. Neste momento, é necessário revisitar estas regras e corrigir injustiças sociais e económicas.
OpiniãoÉ derrotado quem desiste de lutarLembrei-me desta frase de Mário Soares quando, no primeiro dia do ano, acompanhei a tomada de posse de Lula da Silva como presidente do Brasil. A cerimónia seria marcada por um discurso forte e sem meias palavras, de rejeição e condenação de Bolsonaro e das políticas que seguiu. A subida da rampa do Planalto foi cheia de simbolismo, como quem quer substituir o presidente cessante pelo Brasil inteiro na sua diversidade.
OpiniãoO melhor e o pior de 2022É uma tradição, quando chega o fim do ano, fazer listas de livros, de discos, de filmes e séries, de palavras e de personalidades do ano, de acontecimentos marcantes. São tentativas de um balanço que valoriza o que ganhámos mais do que aquilo que perdemos. Não fujo a este padrão.
OpiniãoFinanciamento e desenvolvimento do Ensino SuperiorNa sequência da divulgação do relatório da OCDE sobre o financiamento do Ensino Superior, a maior parte dos meios de comunicação sublinharam a recomendação de introdução de progressividade no valor das propinas. O JN foi exceção, tendo destacado as críticas da OCDE à política de corte de vagas que, nos últimos anos, penalizou sobretudo as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, onde se concentra um elevado número de candidatos que viram diminuídas as oportunidades de acesso ao Ensino Superior. De facto, a recomendação relativa às propinas é talvez a menos relevante e fundamentada no conjunto das 33 propostas apresentadas. Estas podem ser agrupadas em torno de três grandes problemas.
OpiniãoIscte, 50 anosPassam, hoje mesmo, 50 anos sobre a data de criação da minha escola, o Iscte, Instituto Universitário de Lisboa. Foi o primeiro passo da mais importante reforma das universidades portuguesas no século XX, conhecida como a Reforma Veiga Simão, apoiada e induzida por setores progressistas e desenvolvimentistas do regime autoritário. A democracia, depois de abril de 1974, veio confirmar e atualizar o sentido da reforma, criando as condições necessárias à concretização dos seus objetivos modernizadores.
OpiniãoUniversidades: mais ciência, mais futuroRealizou-se, ontem, um Encontro Nacional que reuniu peritos das universidades portuguesas para assinalar os 50 anos da reforma Veiga Simão e os 50 anos de democracia.
OpiniãoMaiores de 23 anosHá mais de uma década que existe a possibilidade de acesso ao Ensino Superior por maiores de 23 anos (M23). Podem fazê-lo mediante candidatura a um concurso especial, aberto todos os anos pelas instituições de Ensino Superior que definem regras e requisitos próprios para a seleção destes candidatos.
OpiniãoBolo-reiHá tempos ouvi a chefe Marlene Vieira argumentar, em entrevista, que os doces portugueses, ao contrário do que se diz, não são doces demais, mesmo os conventuais. O que acontece, explicava, é que os comemos fora da época e em quantidades excessivas. Não num período curto de festa, mas o ano todo. E dava o exemplo do bolo-rei. Embora inventado para ser comido no Natal, no Ano Novo e no Dia de Reis, na verdade invade as pastelarias e as casas a partir de outubro, ou mesmo antes. Pensei que a chefe devia ter razão no que dizia, mas não no caso do bolo-rei. É bom todo o ano, sobretudo em algumas pastelarias que o fazem por encomenda. E é perfeito: não muito doce, cheio de frutos secos, portanto saudável. Ou não? Estou errada?
OpiniãoPaís realA Área Metropolitana de Lisboa (AML) divulgou resultados de um estudo que revelam que, nos seus 18 municípios, mais de 50 400 famílias vivem em situação de grave precariedade e pobreza, habitacional e financeira.
OpiniãoDebates difíceisNas últimas semanas têm estado a ser debatidos temas que considero difíceis. Acompanhei-os com curiosidade, mas sem paixão. Suscitam-me mais dúvidas do que certezas.