Aprender ou memorizar?

"A aprendizagem e a memória são indissociáveis". É o que defende a psicóloga cognitiva Célia Oliveira. Neste episódio gravado ao vivo, na primeira conferência da Iniciativa educação, na Nova SBE, a também professora na Universidade Lusófona afirma que "a memória é o conjunto dos sistemas cognitivos que nos permite aprender". Célia Oliveira salienta que "as estratégias mais eficazes de aprendizagem são as que se baseiam no conhecimento da memória". E por isso, "não é a reler várias vezes o mesmo texto, a sublinhar muito e destacar com muitas cores, ou a fazer resumos a copiar partes do texto" que se conseguem melhores resultados. Para esta académica, as estratégias mais eficazes passam por "recuperar a informação, espaçar o estudo e intercalar conteúdos relacionados entre si".

Estratégias para alunos e professores

Já a psicóloga da educação com especialidade em Neuropsicologia, Joana Rato, analisa a aprendizagem em duas vertentes: alunos e professores. No caso dos estudantes, a professora na Universidade Católica considera que a base do sucesso está num "treino de estudo estruturado, até para equilibrar o tempo de estudo", de forma faseada e com "intervalos curtos". "Isto ajuda-nos a organizar as ideias sobre o que estamos a estudar e a dar-nos o tempo necessário para as consolidar", defende.

Joana Rato refere que, no caso dos professores, "a questão está mais ao nível da prática", pelo que "o desafio deve ser adequado ao nível de conhecimento". Ou seja, "não é só fazer uma atividade; é preciso que essa atividade possa ajudar o aluno a pensar ativamente, para que possa depois fazer as ligações necessárias. Porque, na verdade, é isso que o cérebro procura: fazer pontes e estabelecer padrões, para fazer o reforço do que está a aprender", conclui.

Pode seguir o Educar tem Ciência na rádio ou em tsf.pt, no site da Iniciativa Educação, no canal JN e nas plataformas de podcast.