É a base fundamental no percurso escolar do aluno e tem repercussões ao longo da vida adulta. Neste episódio do "Educar Tem Ciência", podcast da Iniciativa Educação, uma parceria entre o JN e a TSF, os professores Nuno Crato e Francelina Manso debatem a importância e as estratégias para melhorar a leitura.
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"A fluência de leitura é o que permite a compreensão. O leitor é eficaz quando compreende o que lê. E isso leva tempo", defende a coordenadora da Escola Básica Gomes Freire de Andrade, Francelina Manso.
O presidente da Iniciativa Educação, Nuno Crato, concorda: "A leitura é a base de toda a aprendizagem. Porque quem não lê não estuda matemática ou geografia, quem não lê não percebe história, não consegue ler um jornal, não é um cidadão ativo". O professor sublinha também que "quem não lê não conseguir falar bem". "As pessoas que leem falam melhor, têm mais vocabulário, uma estrutura frásica mais rica, e um domínio da sintaxe muito mais perfeito". Ou seja, "ler é o começo de tudo".
Francelina Manso salienta que os pais e professores têm de conhecer e respeitar a sequência do processo de aquisição de leitura: a descodificação, o reconhecimento de palavras, a velocidade e expressividade.
Mas o que é um leitor fluente?
É o que consegue identificar palavras de forma rápida e automática. E para se atingir a fluência de leitura é preciso trabalhar de forma sistemática na escola e ter estímulos em casa. "É muito importante adotar recursos de acordo com a fase da aprendizagem, os ritmos de leitura, tipologias de texto e níveis de complexidade", argumenta Francelina Manso. A professora recomenda recursos pedagógicos, como os disponibilizados pela Iniciativa Educação, produzidos em português de Portugal, porque vão fazer a diferença "principalmente na construção frásica e na forma como falamos, lemos e escrevemos".
Partindo do princípio de que a intervenção no primeiro e segundo ano de escolaridade "é crucial", Francelina Manso, que também é coordenadora regional de Lisboa do programa "A a Z - Ler Melhor, Saber Mais", recomenda às escolas a aderirem a este tipo de programas de reeducação de leitura.
No caso dos pais, sugere que aproveitem o tempo útil com os filhos, para criarem "momentos marcantes" que vão ajudar na aprendizagem.

"A leitura é a base de toda a aprendizagem. Porque quem não lê não estuda matemática ou geografia, quem não lê não percebe história, não consegue ler um jornal, não é um cidadão ativo"
Olhar para os que têm mais dificuldade
Nuno Crato alerta que nas escolas portuguesas há uma faixa considerável de crianças com dificuldades de leitura, um fenómeno "que se agravou um pouco nos últimos dez anos". E para combater essa realidade "é preciso dar-lhes um apoio especial, como o programa ´A a Z', para que os alunos possam ultrapassar as limitações".
Documentos de apoio
A Iniciativa Educação tem vários recursos: um guia para pais, documentos para professores, e tem as "Histórias de A a Z" que ajudam os pais a entregarem às crianças um vídeo para elas ouvirem e lerem ao mesmo tempo.
Pode seguir o Educar tem Ciência na rádio ou em tsf.pt, no site da Iniciativa Educação, no canal JN e nas plataformas de podcast.

