
As más relações com os jogadores mais velhos do plantel do Chelsea pesaram no despedimento do treinador André Villas-Boas, lê-se, esta segunda-feira, nos jornais ingleses, alguns dos quais chamam o tema à primeira página.
"No final resumia-se a isto: ou Roman Abramovich despedia os 25 jogadores que compõem a equipa sénior do Chelsea ou ele escolhia a opção mais barata e despedia o treinador", ironiza Matt Lawton, numa crónica no Daily Mail.
Este conta que "o balneário e o jovem treinador tinham-se tornado incompatíveis", enquanto Richard Williams, no Guardian, refere que esta é a segunda vez que acontece, depois de Luiz Felipe Scolari.
Abramovich, deduz, "prefere ouvir os cochichos dos seus trabalhadores do que colocar a sua fé a longo-prazo no treinador que contratou para os tornar de novo numa equipa vencedora".
Ao conflito, alegadamente iniciado após algumas decisões do português, como afastar o veterano Didier Drogba e colocar Frank Lampard no banco, juntaram-se os maus resultados, em especial a derrota no sábado frente ao West Brom, por 0-1, para a Primeira Liga.
Outro momento chave, referem vários jornais, aconteceu antes, numa entrevista dada no final de fevereiro à rádio TSF, onde Villas-Boas reconheceu a pressão sentida e o receio de ter o mesmo destino de Scolari.
O bilionário russo e proprietário do clube também é criticado por estar agora à procura do oitavo treinador em nove anos porque "entrou em pânico" apenas nove meses depois de ter contratado o jovem técnico português.
"Olhando para o reinado de Abramovich, questiona-se como é que ele conseguir fazer um cêntimo em negócios", afirma Paul Hayward no Daily Telegraph.
Afastado AVB, como era tratado André Villas-Boas, instala-se a especulação sobre o sucessor, com José Mourinho e Pep Guardiola como favoritos.
Mas terão de estar conscientes da sina de treinadores anteriores, avisa Hayward, ou seja, "aceitar o cargo no Chelsea, vigiar as costas e esperar pelo cheque de despedimento".
