Michèle Mouton, França, 57 anos.
Como surgiu a ideia de criar a ROC?
Quando parei, eu e o meu parceiro, o Fredrik Johnsson, pensámos que nos ralis todos têm carros diferentes e, no final do ano, um é campeão. E, então, pensámos que o melhor era fazer uma prova em que todos conduzissem o mesmo carro. Por isso, criámos a primeira ROC em Paris, em 1988. E depois temos vindo a crescer.
Este ano decidiram transferir a prova para outro país e ceder a organização...
É como uma pequena corrida, só com oito países. Temos uma corrida portuguesa, depois a Ibéria e no final a ROC do Sul da Europa. Não conseguíamos fazer tantas corridas.
Está satisfeita com os resultados?
Sim. Esperemos que o estádio encha. A cada dois minutos, temos um vencedor. É um grande espectáculo.
Decidiu, também pela primeira vez, fazer uma exibição na ROC...
Porque é em Portugal, onde tenho muitos fãs e as pessoas são sempre muito simpáticas. Gosto muito do país e tenho boas memórias.
Sente falta da competição?
Não, parei há mais de 20 anos. A carreira não dura para sempre. Tenho muitas outras coisas para fazer e é preciso esquecer o que está para trás. A minha filha está aqui, a trabalhar comigo. Foi bom, mas é passado e não futuro.
O que é mais difícil: organizar ou participar numa prova?
Quando estamos numa corrida só pensamos em nós e temos quem pense por nós. Quando organizámos, pensamos em todos os outros. É o oposto. Acho mais fácil conduzir.
Continua a ser a única mulher a ter ganho um rali. É difícil imporem-se num desporto masculino?
Nos ralis não é difícil, pois todos conduzimos um carro, não lutamos. Por isso, é fácil uma mulher conduzir. Eu fiz, portanto, não é assim tão complicado.
No futuro será fácil ver mais mulheres neste desporto?
Gostava de ver mais jovens nos desportos motorizados em geral. Mas, hoje, não há tempo para nada.