Funeral

Muita emoção e saudade na despedida a Vítor Oliveira

Muita emoção e saudade na despedida a Vítor Oliveira

"Fiquei sem um amigo e companheiro, mas um dia vamos encontrar-nos lá em cima". Foi com esta frase carregada de emoção que o selecionador nacional Fernando Santos recordou a ligação a Vítor Oliveira, técnico de 67 anos, que foi sepultado esta quinta-feira, numa cerimónia onde participaram centenas de pessoas, que recordaram o legado desportivo e, sobretudo, humano do treinador matosinhense.

Fernando Santos foi um dos primeiros chegar ao Tanatório de Matosinhos, onde decorreram as cerimónias fúnebres, e partilhou a saudade que já sente do "amigo Vítor Oliveira", com quem partilhou uma "caminhada longo" dentro e fora do futebol.

"A morte de alguém é sempre algo que nos toca, mas neste caso perder companheiro de muitos anos, de uma caminhada longa, é algo muito difícil, sobretudo quando se fala de alguém tão bom como Vítor", começou por dizer Fernando Santos.

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O selecionador nacional recorda o malogrado treinador como "um homem de família, com muita paixão pela sua terra, e que gostava muitos dos amigos", lembrando não existia, entre ambos, a palavra adversário quando tiveram de se defrontar nos relvados.

"Não havia rivalidade. Tínhamos muito a ver um com o outro. Quando fui para o F. C. Porto era uma das minhas principais companhias, todas as semanas jantávamos, ficámos companheiros e um dia vamos encontrar-nos lá em cima", concluiu emocionado Fernando Santos.

Esse sentimento de companheirismo foi partilhado, também, por vários colegas de profissão que marcaram presença na cerimónia, entre os quais José Mota que lembrou a "postura e dignidade com que Vítor Oliveira exerceu a profissão".

"Falamos do que construiu e dos títulos que ganhou, mas isso é insignificante perante o homem que ele foi neste trajeto. Quem privou com ele, percebe e sente a falta que vai fazer. No meu caso, foi a pessoa que mais me marcou no futebol", disse o treinador.

Nos seus pupilos, Vítor Oliveira também deixou uma marca indelével, e foram vários os seus ex-jogadores que também quiseram estar presentes na última despedida, entre os quais o guarda-redes Beto, atualmente no Leixões, que fala do treinador como "um pai no futebol".

"Deixa um legado de verdade e coerência no futebol, de frontalidade, honestidade e credibilidade. Há valores que se têm perdido e ele mantinha-os bem vivos. É minha obrigação transmitir esse legado que ele deixou. É será sempre uma pessoa muito importante e que vai ficar sempre no meu coração", disse o internacional português.

Também Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol, salientou o exemplo que Vítor Oliveira deixa às próximas gerações, lamentando uma ano de muitas perdas na modalidade.

"É um homem que marca indubitavelmente o passado e o presente do futebol profissional. Muito mais do que a morte de um grande treinador, a morte de um grande homem. É um momento de reflexão, de juntarmo-nos em comunhão e saber que são percas extraordinárias para o futebol português", disse o dirigente.

Entre os muitos amigos de Vítor Oliveira que quiseram acompanhar a última viagem do técnico, estiveram representantes de clubes como Leixões, Gil Vicente, Chaves, Arouca, Paços de Ferreira, entre outros, nomeadamente Fernando Gomes, administrador e ex-jogador do F. C. Porto.

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