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Pinto da Costa emociona-se ao recordar Fernando Gomes e pede para lerem texto de homenagem

Pinto da Costa emociona-se ao recordar Fernando Gomes e pede para lerem texto de homenagem

O presidente do F. C. Porto marcou presença, esta segunda-feira, na 20.ª Gala Melhor Treinador do jornal "O Gaiense" e, durante o discurso, revelou que está a escrever um livro desde 2021 - "de factos que me aconteceram e não de recordações" -, não conseguindo segurar as lágrimas quando revelou o texto que preparou para recordar Fernando Gomes, o eterno bibota de ouro, que faleceu em novembro do ano passado.

"Deixe-me destacar dois nomes: o Filipe Bastos, que nos ensinou o que é dignidade, força de vontade e coragem. Estou aqui com todo o gosto para prestar uma homenagem dupla: ao Gaiense, pelo seu trabalho, e à memória do Fernando Gomes. Todos sabemos o que foi como atleta e não queria de maneira nenhuma estar a repetir os seus feitos", começou por referir Pinto da Costa.

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"Estou, desde 2021, a escrever um livro, não de recordações, mas de factos conforme eles vão sucedendo na minha vida. E quando o Fernando Gomes faleceu, nessa noite escrevi uma página no meu livro, que é aquilo que hoje vos vou ler", revelou o líder azul e branco, antes de começar a ler o manuscrito.

"Até sempre, Fernando. Hoje escrevo para recordar o grande símbolo do F. C. Porto. Fernando Gomes, que partiu e nos deixou a todos mais pobres e cheios de saudades...", disse Pinto da Costa, antes de se emocionar ao ponto de pedir que o texto fosse lido pela apresentadora da Gala.

"A sua carreira todos conhecem. Cinco vezes campeão nacional, três vezes vencedor da Taça de Portugal, três Supertaças, uma Taça dos Campeões Europeus, uma Taça Intercontinental e uma Supertaça Europeia. Individualmente, venceu por duas vezes o troféu de melhor marcador europeu, a Bota de Ouro", enumerou Inês Gonçalves.

"Mas do que sinto mesmo falta é do seu convívio. Foram dezenas de anos a conviver com uma paixão comum, o F. C. Porto. Recordarei sempre os seus golos, as suas vitórias e os seus exuberantes festejos. Trocámos centenas de abraços em momentos felizes, mas há três que recordo e nunca esquecerei", continuou.

"O primeiro em 1982, após a minha eleição como presidente, quando me desloquei a Gijón para o fazer regressar ao seu clube do coração. Quando nos encontrámos, disse-me: então quer mesmo que eu volte? Não quero acreditar" e seguiu-se um abraço prolongado. O segundo foi quando o convidei para fazer parte da atual direção, quando me disse que era um sonho que nunca imaginaria possível", acrescentou Inês Gonçalves, antes de revelar o último abraço recordado por Pinto da Costa.

"O terceiro e último foi o mais doloroso da minha vida. O Fernando já não recebia visitas, mas insistia com a sua mulher, a sua querida Xana, que queria que eu o visitasse. Fui lá, trocámos opiniões sobre a formação do F. C. Porto e, 20 minutos depois, perfeitamente lúcido mas muito cansado pediu à sua Xana que o ajudasse a levantar para dar um abraço ao presidente".

"Assim, demos o nosso último abraço. Um mês depois, deixou-nos, mas aquele não foi o último abraço, Fernando: foi o penúltimo, pois um dia estarei junto de ti para te abraçar com toda a amizade com que vivemos durante 46 anos. Até sempre, Fernando", acrescentou a apresentadora.

Pinto da Costa fez questão, de seguida, de explicar que escreve o livro à mão e, por isso, entregou as páginas manuscritas à esposa de Fernando Gomes, dando, ainda, um abraço ao filho do antigo futebolista do F. C. Porto e da seleção nacional.

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