Cientistas transformaram uma substância que existe nas paredes das células das plantas, a lignina, em fibra de carbono para produzir peças de automóveis e aviões resistentes e de baixo custo.
Ligada à celulose, um dos principais constituintes destas paredes que é usado no fabrico de papel, a lignina confere às árvores rigidez, impermeabilidade e resistência a ataques microbiológicos, mas tem sido subaproveitada porque frequentemente é queimada para gerar energia em biorefinarias ou é lançada em aterros sanitários.
A fibra de carbono utilizada atualmente nos automóveis e aeronaves é geralmente feita de poliacrilonitrila, uma resina sintética cara e não reutilizável.
Para criar uma fibra de carbono duradoura e barata, uma equipa de investigadores da Universidade Estatal de Washington, nos Estados Unidos, misturou lignina com poliacrilonitrila em diversas quantidades, anunciou a Sociedade Americana de Química.
Posteriormente, usou uma variedade de técnicas para avaliar as características estruturais e mecânicas da nova fibra, incluindo microscopia eletrónica, calorimetria e espectroscopia de ressonância magnética nuclear, e concluiu que poderia ser utilizada em peças de automóvel ou de aviões.
O próximo passo será testar a resistência da fibra de carbono de lignina na produção de carros.
A investigação foi cofinanciada pelas construtoras automóveis Ford e Hyundai.