Algumas dezenas de trabalhadoras das cantinas escolares de Guimarães manifestaram-se, hoje, em frente ao edifício dos Paços do Concelho. As funcionárias estão a cumprir um dia de greve em luta por melhores condições de trabalho e aumentos salariais, mas também pelo fim da precariedade na contratação.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte, a adesão fez com que fossem encerradas mais de 30 cantinas, "ou seja, mais de quatro mil refeições não foram servidas".
Precárias há 20 anos
A greve é um protesto contra a situação de precariedade em que se encontram grande parte destas trabalhadoras que todos os anos, no verão, são despedidas. Esta funcionárias trabalham para a Uniself, S.A., empresa concessionária das cantinas escolares, no concelho de Guimarães.
A manifestação em frente à Câmara Municipal teve como objetivo, segundo o sindicato, fazer com que a autarquia interceda junto da empresa concessionária para resolver esta situação. "Como é que a Câmara aceita que os trabalhadores que estão em funções até ao final de julho e são chamados em setembro continuem precários ao fim de 20 anos?", questiona o sindicalista Francisco Figueiredo.
O sindicato aponta a responsabilidade de fiscalização da Câmara Municipal, relativamente ao cumprimento do caderno de encargos, nomeadamente no que toca à carga horária e ao número de trabalhadores por cantina.
As trabalhadoras queixam-se ainda da falta de respeito pelas categorias profissionais e do baixo número de horas de trabalho atribuídas. "Em alguns casos o número de horas trabalhado é tão baixo que não chega para custear os transportes. Além disso, no fim do ano letivo, quando são despedidas, a Segurança Social não atribui o subsídio de desemprego a algumas destas pessoas por não terem horas suficientes", esclarece Francisco Figueiredo.
A Uniself S.A. reuniu, esta segunda-feira, com o sindicato e recusou qualquer aumento salarial, embora tenha admitido a correção de algumas categorias profissionais. Segundo o sindicato, apesar de há dois anos terem sido regularizadas as situações de 50 profissionais, ainda há cerca de 200 funcionárias em situação de precariedade. Foi pedida uma nova reunião à empresa e já está marcado um plenário para setembro, caso não surja uma solução nesta nova reunião.