Cerca de três dezenas de economistas assinaram um manifesto contra as grandes obras públicas, entre os quais Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças de José Sócrates.
"Sou um dos subscritores deste manifesto, porque considero que as grandes obras públicas devem ser reavaliadas tendo em conta o novo contexto e deve ser feito um amplo debate sobre estes investimentos", disse à Agência Lusa Campos e Cunha.
O manifesto será divulgado no sábado, acrescentou Campos e Cunha, esclarecendo que "não é contra as grande obras públicas", mas "é a favor de uma reavaliação" dos investimentos.
Silva Lopes é outro dos subscritores deste documento. O seu objectivo ao subscrever este manifesto "foi contribuir para que se pense mais na necessidade de ser criado um organismo que faça a avaliação dos grandes investimentos públicos".
"Gostaria que se fizessem análises mais profundas, mais satisfatórias do que aquelas que existem e estão disponíveis na Internet", explicou Silva Lopes, que defende que "os grande investimentos devem ser objecto de uma avaliação bastante rigorosa e de análises de custo-benefício de grande qualidade".
O economista reconhece, no entanto, que algumas obras públicas "são necessárias", apontando como exemplo os investimentos na recuperação de escolas e outros equipamentos sociais.
"Tenho algum receio que [o manifesto] seja explorado para a luta política e rejeito esta manipulação. O meu objectivo é puramente técnico", frisou.
Em Julho de 2005, um grupo de 13 economistas tinha publicado na imprensa um manifesto em que questionavam a utilidade económica das obras públicas.
Entre os subscritores estavam o presidente-executivo da Vodafone, António Carrapatoso, o ex-secretário de Estado do Tesouro e Finanças, António Nogueira Leite, os professores catedráticos Augusto Mateus e Fátima Barros, e o advogado e fiscalista, Henrique Medina Carreira.