Governadores de seis províncias chinesas, algumas das quais com mais de 50 milhões de habitantes, deverão visitar Portugal em 2014, proporcionando novas oportunidades às empresas portuguesas, anunciou o vice-primeiro ministro Paulo Portas.
"De um ponto de vista económico e empresarial é mais simples encontrar escala nos mercados das províncias chinesas", disse Paulo Portas no seminário "Caminho das Exportações" organizado pelo semanário "Expresso" em Macau.
O vice-primeiro-ministro português não identificou os seis governadores, adiantando apenas que "o primeiro será o de Hubei", província do centro da China, com cerca de o dobro da área de Portugal e quase 60 milhões de habitantes.
"É uma aposta focada, e uma oportunidade de escala e de acesso significativa (para as empresas portuguesas)", afirmou Paulo Portas.
Segunda economia mundial e país mais populoso do planeta com cerca de 1350 milhões de habitantes, a China é constituída por 22 províncias, cinco regiões autónomas, quatro municípios diretamente dependentes do governo central e duas regiões administrativas especiais (Hong Kong e Macau).
A China tem várias províncias com mais de 80 milhões de habitantes e a mais populosa, Guangdong, que confina com Macau, excede os cem milhões.
Paulo Portas chegou a Macau domingo à noite (hora local) para participar na IV reunião do Fórum para Cooperação Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa, que decorrerá na terça e quarta-feira sob o lema "Novo Ciclo, Novas Oportunidades".
No seminário do "Expresso", o vice-primeiro-ministro português salientou que "a China foi determinante para o crescimento das exportações portuguesas em 2012".
"O relacionamento especial que Portugal tem com a China no quadro da União Europeia tem uma âncora mutuamente desejada em Macau e o interesse da China em Portugal e das empresas portuguesas na China vai continuar", disse.
Paulo Portas enalteceu o "pragmatismo" dos exportadores portugueses que, face à estagnação e até recessão em alguns dos clientes tradicionais de Portugal, designadamente na zona euro, "dirigiram-se aos mercados onde havia dinheiro".
O vice-primeiro-ministro apontou a "Ásia, e em particular a China" como um dos "quatro pilares" do crescimento das exportações portuguesas, juntamente com América Latina, África e o Golfo Pérsico.
"A nossa dependência dos mercados europeus diminuiu 10 pontos percentuais em 2012" e o crescimento das exportações para fora da União Europeia ficou muito perto dos 20%", referiu.
O seminário, realizado na residência do Cônsul-geral de Portugal, contou com a participação dos dois outros governantes que integram a delegação portuguesa à reunião do Fórum Macau: Luís Campos Ferreira e Pedro Gonçalves, secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e da Inovação, Investimento e Competitividade, respetivamente.
Além do anfitrião, o cônsul-geral Vítor Sereno, intervieram também, entre outros, o presidente do AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), Pedro Reis, o presidente da Autoridade Monetária de Macau, Anselmo Teng, o embaixador de Portugal em Pequim, Jorge Torres Pereira, o secretário-geral da CPLP, Murade Murargy, e a secretária-geral adjunta do Fórum Macau, Rita Santos.