Abebe Selassie explicou, em entrevista ao JN, que "não gostaria de ver mais aumentos de impostos". O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional disse também que Portugal tem "um ministro das Finanças muito impressionante".
A diretora do FMI, Christine Lagarde, tem alertado para o perigo de uma austeridade excessiva. A Europa está obcecada com o défice?
Acho que está a ser pouco simpático. Há um equilíbrio que tem de ser conseguido e isso é muito claro para os três membros da troika. Esse equilíbrio passa por ter cuidado com o impacto do ajustamento no crescimento e isso influenciou muito o debate que tivemos em setembro, quando o Governo pediu para as metas do ajustamento (défice em 2012 e 2013) serem suavizadas (5% de défice este ano e 4,5% no próximo). O ministro das Finanças deu - na altura - argumentos convincentes, como a descida nas taxas de juro cobradas a Portugal nos mercados e concordámos em relaxar as metas. Sobretudo pelo efeito que isto teria no crescimento e pelo enquadramento externo.
Qual é a opinião que tem de Vítor Gaspar? Tecnicamente? E pessoalmente?
(risos) Vocês têm um ministro das Finanças muito impressionante. E não posso dizer mais.
Ainda há margem para aumentar impostos? Ou para melhorar a sua cobrança?
Tem de haver um equilíbrio entre o que se gasta e o que se cobra no Estado. Em termos fiscais, não gostava de ver mais aumentos de impostos. O IRS e IVA têm de ser comparados com outros países e aumentá-los para fazer crescer a receita não é útil. O que é útil é aumentar a base fiscal, alargá-la. E não aumentar impostos.
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