Depois do anúncio de alteração dos termos de utilização, milhões de utilizadores abandonaram Whatsapp, que adiou a entrada em vigor
A 4 de janeiro, a WhatsApp anunciou que iria compartilhar alguns metadados para fins comerciais com a empresa que a tutela, a Facebook, alterando a política de privacidade. Na altura, a empresa realçou que as mensagens escritas e os contactos guardados na aplicação vão permanecer criptografadas, não estando acessíveis à Facebook, , mas admitiu que, a partir de 8 de fevereiro, haveria metadados que vão estar ao dispor da Facebook, com vista à melhoria dos serviços de comércio eletrónico e de publicidade.
A atualização pretendia acrescentar um conjunto de novas funcionalidades no envio de mensagens, bem como "fazer esclarecimentos e proporcionar uma maior transparência" nas políticas pré-estabelecidas da empresa, explica Niamh Sweeney, diretor de políticas públicas do WhatsApp na Europa, Médio Oriente e África, citado pelo "The Guardian". "Queremos deixar claro que a atualização da política não afeta de forma alguma a privacidade das suas mensagens com amigos ou familiares. Não há alterações à nossa partilha de dados com o Facebook em qualquer parte do mundo", assegura Sweeney.
Mas, para milhões de utilizadores, de nada valeram as garantias dadas pela empresa e a reação à alteração foi forte, tornando-se viral em todo Mundo. Circularam, principalmente dentro da própria rede, uma série de mensagens que garantiam que a nova política de privacidade permitia a leitura das mensagens dos utilizadores e muitos ficaram preocupados. Resultado: um "êxodo" para a concorrência, como o apelida o diário britânico, que estará relacionado com o anúncio e que obrigou a empresa a adiar a entrada em vigor dos novos termos para 15 de maio.
Signal e Telegram aproveitam
As plataformas Signal e Telegram, que fornecem um serviço semelhante são as que têm aproveitado com a desconfiança sentida em relação ao Whatsapp.
Estas aplicações de comunicação asseguram a privacidade dos seus utilizadores e têm registado registar uma maior procura. Só o Signal ganhou, nas três primeiras semanas de janeiro, 7,5 milhões de utilizadores. E o Telegram conquistou 25 milhões, de acordo com dados divulgados pelo parlamento do Reino Unido, ultrapassando os 500 milhões de utilizadores ativos em todo o Mundo.
Ainda assim, é de recordar que, em relação ao Telegram, o Whatsapp é mais centrado na privacidade ponto a ponto do que o Telegram. No serviço propriedade do Facebook, todas as comunicações são encriptadas. No Telegram, essa característica tem de ser ativada pelos utilizadores.