Joaquim Barroca é o segundo detido ligado ao Grupo Lena na 'Operação Marquês'
Joaquim Barroca é a segunda pessoa com ligações ao Grupo Lena a ser detida no âmbito da 'Operação Marquês', que investiga crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção, depois da detenção do ex-administrador Carlos Santos Silva.
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O administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, que é um dos seus principais acionistas e filho do fundador, foi detido na quarta-feira, na sequência de buscas realizadas à sede do grupo, na Quinta da Sardinha, concelho de Leiria, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República informa que foram também realizadas buscas domiciliárias, sendo que nas diligências, levadas a cabo por dois magistrados do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, o Ministério Público foi coadjuvado pela Autoridade Tributária e PSP.
O detido será presente durante a tarde de hoje ao Tribunal Central de Instrução Criminal, para interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação.
Em novembro último, no âmbito da mesma operação, foi detido Carlos Santos Silva, que foi administrador do Grupo Lena entre março de 2008 e outubro de 2009, assim como o ex-primeiro-ministro José Sócrates, ambos em prisão preventiva.
Num comunicado emitido em janeiro, na sequência de notícias divulgadas na imprensa, o grupo informou que Carlos Santos Silva "tem trabalhado com empresas do Grupo Lena desde finais da década de 80, designadamente prestando assessoria técnica e fazendo projetos de obras para Portugal e vários países".
Segundo o mesmo comunicado, entre 2005 e 2010 "as empresas do Grupo Lena efetivamente contrataram e pagaram serviços a empresas detidas pelo eng.º Carlos Santos Silva no valor total de 3.287.600 euros".
No seu sítio na Internet, o Grupo Lena informa que emprega mais de 2.500 colaboradores e desenvolve a sua atividade através de oito áreas de negócio, representando um "contributo na economia regional e nacional superior a 200 milhões de euros em salários e 64 milhões de impostos por ano", tendo, nos últimos quatro anos, representado igualmente "mais de 300 milhões de euros em exportações de bens transacionáveis".
Ainda de acordo com o 'site', o Grupo Lena remonta à década de 1950, com a atividade de António Vieira Rodrigues, pai de Joaquim Barroca, ligada às terraplanagens e construção.
Em 1974 foi constituída a Construtora do Lena, que, antes do ano 2000, ano em que foi formalmente criado o grupo e organizadas áreas de negócio, "já era uma das maiores empresas nacionais de construção e obras públicas", refere o 'site'.
Antes, em 1996, arrancou a internacionalização do grupo no Brasil, estando agora "igualmente presente em Angola, Argélia, Bulgária, Espanha, Marrocos, Moçambique, Roménia e Venezuela". Mais recentemente, entrou nos mercados da Colômbia e do México.
Foi através de negócios na Venezuela, no caso a construção de milhares de casas, mas também devido a negócios na área da comunicação social -- chegou a deter o jornal i -, que o grupo ganhou projeção mediática.
Em 1998, ocorreu a primeira participação do grupo numa parceria público-privada com a Autoestradas do Atlântico, sendo a segunda, em 2004, com a Brisal, e no período 2005-2011, na Autoestradas do Baixo Tejo.
As suas áreas de negócio são atualmente o ambiente & energia, automóveis, comunicação, construção, imobiliária, indústria & serviços, turismo e internacional.
