
Rui Pinto reagiu nas redes sociais ao pedido de indemnização do Benfica
FERENC ISZA / AFP
O criador do "Football Leaks" Rui Pinto recorreu, na quinta-feira, às redes sociais para visar o Benfica, que lhe exige um milhão de euros de indemnização, por crimes informáticos cometidos contra o clube.
"O Benfica revela que investiu centenas de milhares de euros no desenvolvimento do seu sistema informático. Uma quantia modesta e causadora de estupefação, já que é público e notório que pelo menos a Questão Flexível [empresa que emitia faturas por serviços fictícios] cobrou mais de dois milhões de euros por "serviços informáticos". Operações que levaram o clube da Luz a ser acusado pelo Ministério Público, em fevereiro deste ano, de diversos crimes de fraude fiscal qualificada e falsificação de documento, no denominado processo Saco Azul", escreveu Rui Pinto na rede social "X", ex-Twitter.
Tal como o JN noticiou, o Benfica exige um milhão de euros ao criador do “Football Leaks”, que, no início de julho, foi acusado de novos crimes informáticos cometidos contra o clube da Luz e outras 20 entidades. O roubo dos e-mails que acabaram por ser divulgados pelo F. C. Porto está no centro do pedido de indemnização cível.
Entre os 377 crimes informáticos de que foi acusado, Rui Pinto é suspeito de ter, em 2017, pirateado os e-mails do Benfica posteriormente partilhados, através de um email anónimo, com o diretor de comunicação do F. C. Porto, Francisco J. Marques. Os mesmos conteúdos também acabariam por ser despejados na Internet, através do blogue “Mercado do Benfica”.
“Com a sua atuação, o demandado acedeu a documentos, informações e dados não acessíveis ao público em geral, na sua maioria confidenciais, sujeitos, designadamente, a segredos comerciais de natureza futebolística e, bem assim, contendo dados pessoais identificativos de terceiros”, lê-se no Pedido de Indemnização Cível (PIC) a que o JN teve acesso.
Os advogados do Benfica, João Medeiros, Paulo Saragoça da Matta e Rui Patrício, também alegam que a conduta de Rui Pinto “atacou, frontalmente, o ideal de segurança, integridade, disponibilidade e confidencialidade dos sistemas informáticos”.
Garantem que Rui Pinto não mostra o mínimo de arrependimento e que premeditou a exfiltração dos e-mails e a sua divulgação pública. Por isso, exigem um milhão de euros, embora, garantem, não ser possível “quantificar os danos sofridos”.

