Acabou por incriminar-se a ele próprio ao reclamar na Justiça comissão sobre transferência do defesa Nuno Tavares.
O empresário de futebol César Boaventura, que está em prisão domiciliária no âmbito da "Operação Malapata", por fraude fiscal e branqueamento de capitais, entre outros crimes, incriminou-se a ele próprio ao intentar uma ação judicial contra o Benfica para reclamar uma comissão sobre a venda do atleta Nuno Tavares ao Arsenal, apesar de nunca ter tido intervenção oficial no negócio, nem a ter declarado ao Fisco.
O processo que intentou em nome pessoal contra o Benfica é considerado pelas autoridades como uma prova de que Boaventura era de facto o beneficiário de negócios realizados por intermediários com o Benfica e o Sporting. Nas 15 transferências escrutinadas, os clubes nunca pagaram diretamente qualquer comissão a César Boaventura, nem o nome dele aparece nos contratos. Por isso, as autoridades admitem que as direções dos clubes não soubessem que as comissões iam parar a contas movimentadas por Boaventura, no estrangeiro.