
Tribunal de Matosinhos
Amin Chaar / Global Imagens
Ao fim de 14 anos de relacionamento, um casal de advogados de Matosinhos entrou numa espiral mútua de violência, com agressões, incluindo de natureza sexual, insultos, vexames e humilhações. Vão ambos ser julgados, no mesmo processo, no mesmo dia, ele por violência doméstica, violação agravada e ofensa à integridade física e ela apenas por violência doméstica. Ambos negaram.
O juiz de instrução criminal aceitou a argumentação da acusação, segundo a qual, em 2019, a mulher teve um problema de saúde e ele não lhe prestou auxílio, ausentando-se de casa. O despacho instrutório acrescenta que, em 2020, com a deterioração do relacionamento, ela mandou piadas sobre o tema da homossexualidade e o companheiro não gostou. Agrediu-a com murros e pontapés no peito, pernas e braços e a seguir tê-la-á forçado a relações sexuais.
Segundo a mesma fonte, em agosto de 2020, o advogado descobriu que a mulher mantinha uma relação extraconjugal, tendo-lhe proposto que se divorciassem. Tornou-se "agressivo e com ciúmes exacerbados" e insultava-a. Ela terá respondido deixando uma agenda aberta na mesa da sala, com as datas dos encontros com o amante. Entre outros sinais, alguns de natureza sexual explícita, também "passou a deixar garrafas de champanhe com duas taças sobre a mesa para que o marido fosse confrontado com isso quando chegasse a casa, vindo de trabalhar, denotando que introduzira o amante na casa". O que motivou nova agressão num braço, com um castiçal.
O juiz constatou que a mulher sofreu lesões e dores, mas não recebeu assistência médica e que a advogada "feriu o amor-próprio dele, a sua dignidade, tendo querido humilhá-lo e afetá-lo na sua autoestima e diminuí-lo enquanto marido, pai e homem". Mandou ambos para julgamento.
