Depois de ter negado qualquer ligação ao incêndio num prédio da Baixa portuense que provocou a morte de um inquilino, o empresário chinês Chenglong Li também desmentiu que os dois mil euros que deu a Nuno Marques fossem o pagamento pelo atear das chamas ao edifício que queria ver desocupado.
"Ele pediu-me três mil euros emprestados, mas eu, naquela altura, só tinha dois mil para lhe dar. O Nuno devolveu-me o dinheiro quando eu já estava preso. Primeiro, tentou transferir a quantia para a minha conta, mas como esta estava bloqueada, entregou duas prestações de mil euros ao meu advogado que, em seguida, deu o dinheiro à minha mulher", contou Chenglong Li ontem, durante a segunda sessão do julgamento em que está acusado de ter mandado atear um fogo para obrigar uma família a abandonar o edifício que tinha comprado para revender, no âmbito de um negócio que lhe renderia cerca de meio milhão de euros. A entrega do dinheiro do empresário chinês ao funcionário de uma discoteca portuense foi descoberta pela Polícia Judiciária numa escuta telefónica e, de imediato, entendida como o pagamento pelo crime encomendado.