O juiz Carlos Alexandre acaba de decretar a medida de coação de prisão preventiva para 31 dos elementos da rede de tráfico de seres humanos, desmantelada esta semana pela Polícia Judiciária no Alentejo.
O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal ainda decidiu que quatro arguidos iriam aguardar o desenvolvimento do processo com a medida de coação de apresentações diárias e proibição de contactar os outros arguidos.
Foi na quarta-feira que centenas de elementos da PJ deslocaram-se ao Alentejo para desmantelar a rede.
As vítimas são cerca de meio milhar de imigrantes africanas, asiáticas e europeias exploradas na agricultura nos concelhos de Cuba, Beja, Serpa e Ferreira do Alentejo. A maioria dos imigrantes era aliciada nos seus países de origem, nomeadamente Roménia, Moldávia, Índia, Senegal, Paquistão, Marrocos e a Argélia. Eram- -lhes prometidos bons salários e condições de vida. Mas, quando chegavam a Portugal, eram colocados a trabalhar na agricultura "de sol a sol" e grande parte do salário era retido pela rede, que se justificava com a necessidade de custear viagens desde os países de origem, alojamento e logística diária.
Foram detidas 35 pessoas e entre elas estavam três encarregados de explorações agrícolas e herdades. Os funcionários, com responsabilidades nas respetivas empresas, são suspeitos de receber luvas dos líderes do grupo criminoso.
Em troca, davam-lhes mão de obra "escravizada", além de fechar os olhos sobre ausências de contrato de trabalho, seguros e outros direitos laborais negados aos imigrantes. São três homens, de 35, 40 e 46 anos, todos residentes em Beja, que convenciam os seus patrões a empregar preferencialmente os "empregados" fornecidos pela rede de tráfico de seres humanos.
Segundo o JN apurou, a investigação da PJ apurou que estes três encarregados também avisavam os exploradores de imigrantes quando apareciam inspeções das autoridades. Assim, as vítimas de exploração laboral que não tivessem contrato