Há comerciantes de Espinho com obras à porta há cerca de dois anos, o que se traduz em prejuízos que se vêm agravando com o passar do tempo.
As obras de Requalificação do Canal Ferroviário de Espinho (Recafe) estão a causar constrangimentos no acesso dos peões às lojas, traduzindo-se em prejuízos para os comerciantes.
Com os trabalhos em curso há cerca de dois anos, o acesso aos estabelecimentos ficou condicionado a um pequeno passeio, afastando clientela e prejudicando os comerciantes que têm os seus negócios virados para a frente de obra.
Marta Santos, proprietária do Pão de Dó - Padaria & Coffee House, lembra que as obras junto ao seu estabelecimento começaram em 2019. "Sei que são importantes para a cidade e até me mostrei disponível para aceitar alguns constrangimentos", referiu.
Contudo, Marta não esperava que a intervenção se prolongasse no tempo, como tem acontecido. Depois de vários meses parada, a empreitada naquela zona foi retomada, "apenas em maio do ano passado".
Sem poder colocar a esplanada, que era uma fonte de rendimento importante, neste momento difícil de pandemia Marta Santos ansiava pela concretização do passeio em frente ao seu estabelecimento. Mas também esta intervenção tem vindo a sofrer atrasos. "A vereadora responsável pela obra afirmou a 13 de novembro que a obra estaria pronta em 15 dias, mas estamos em janeiro de 2021 e ainda não está feito", sublinhou.
A comerciante queixa-se que tem contactado por várias vezes a Autarquia, mas "nunca houve uma resposta". "Mandei emails para vários setores da Câmara, mas ninguém me respondeu", criticou.
Marta Santos referiu, ainda, que a situação piorou depois do início de uma obra particular junto ao seu estabelecimento, que derrubou parte do passeio devido a um aluimento de terras. Chegou a ter o acesso à loja interditado vários dias, apesar de ter comunicado o sucedido à Autarquia.
"O negócio está a descer a pique. A pandemia e as obras estão a prejudicar bastante e não temos apoios nenhuns", concluiu.
Ao JN, a vereadora Lurdes Ganicho explicou que a colocação do passeio naquela frente de obra, entre a Rua 23 e a Rua 25, já devia estar concluída, mas que o atraso se ficou a dever ao mau tempo e, mais recentemente, ao facto dos calceteiros terem estado em confinamento.
A autarca garantiu que, ultrapassados estes dois constrangimentos, "o passeio deverá estar pronto dentro de 15 dias".
Lurdes Ganicho recusou, ainda, qualquer falta de informação, afirmando que prestou esclarecimentos a esta empresária assim como à Associação Empresarial Viver Espinho.