"Há trabalhadores dos casinos a passarem necessidades, alguns sem rendimentos suficientes para se alimentarem". A garantia é dada pelo coordenador do Sindicato dos Empregados de Banca dos Casinos (SEBC) que, na manhã desta sexta-feira, deu a conhecer, em Espinho, ao Bloco de Esquerda, a situação "difícil" que dizem viver cerca de 800 funcionários dos casinos nacionais.
Vários trabalhadores reuniram-se com o deputado do BE, Moisés Ferreira, em frente ao Casino Solverde, aquém fizeram chegar as suas preocupações e reivindicações.
Afirmam que perderam uma parte substancial dos seus rendimentos com o atual regime de lay-off. Estes trabalhadores estão a receber o salário mínimo, mas a maior parte do seu ordenado era composto por gorjetas que, apesar de serem taxadas em IRS, não estão a ser consideradas pelo Estado no recente regime de exceção devido à atual pandemia.
"O que nos é pago no lay-off tem em conta apenas o nosso ordenado mínimo. É deixado de fora os 10% que descontamos sobre as nossas gratificações [gorjetas] que, numa situação destas, não reverte, em nada, a nosso favor", explicou o coordenador Luís Mourão.
Ou seja, os trabalhadores reivindicam que as gorjetas declaradas e sobre as quais pagam imposto, sejam também elas tomadas em conta no cálculo do pagamento das renumerações relativas ao lay-off.
"No primeiro confinamento a situação já foi difícil e atualmente está ainda pior com pessoas a passarem muitas dificuldades", garantiu.
O deputado Moisés Ferreira diz que os funcionários "estão a receber cerca de metade daquilo que habitualmente recebem. Estão a passar dificuldades para pagar as suas contas e até para colocarem comida em cima da mesa".
"Vamos interpelar o Governo sobre este assunto e fazer a pressão necessária para que dê uma resposta a curto prazo. O lay-off nestes trabalhadores não pode representar a perda de metade do seu salário", afirmou.