A reabilitação da rua vai acompanhar a construção da nova residência universitária, em Guimarães.
Na última reunião do executivo vimaranense ficou a saber-se que o Estado vai ceder as instalações da antiga Escola de Santa Luzia ao Município, para que ali seja instalada uma residência universitária, para alunos da Universidade do Minho.
À margem da reunião, o presidente da Câmara, Domingos Bragança, informou os jornalistas que as obras de requalificação da rua Francisco de Agra, onde se situa a antiga Escola de Santa Luzia, devem acompanhar a instalação da residência universitária.
O reitor da Universidade do Minho (UMinho), Rui Vieira de Castro, tinha-se referido ao atraso deste processo, nas comemorações do 48º aniversário da academia minhota, assinalado no Teatro Jordão, no dia 17 de fevereiro. Na altura, o reitor lembrou que a candidatura aos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) tinha que ser entregue até ao dia 28 de fevereiro.
Domingos Bragança confessou que a Câmara de Guimarães pretendia era a propriedade do edifício, "ainda assim a transferência é suficiente". O acordo com o Estado prevê que o Município fique com a gestão do edifício por um período de 50 anos. A Câmara deverá, através de um contrato de comodato, ceder a utilização das instalações da antiga escola à Universidade do Minho, para aí instalar uma residência universitária, com capacidade para 350 camas. O edil vimaranense manifestou ainda a vontade de encadear as obras de requalificação da rua Francisco de Agra com as da residência universitária para "não termos que estar a fazer e a desfazer".
O investimento previsto para a reabilitação e adaptação do edifício é de cerca de seis milhões de euros (mais IVA), que a UMinho deverá financiar com recursos próprios e com fundos do PRR. Está previsto que as obras decorram entre 2022 e 2025 e que o período de exploração da residência se estenda até 2072.
Paralelamente, a UMinho procura resolver o problema da falta de alojamento a preços acessíveis aos estudantes, com a criação, em Braga, nas instalações da antiga Fábrica Confiança, de outra residência universitária, esta com capacidade para 750 camas.
Avepark também pode ter residência
Para servir os estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, Domingos Bragança avançou que poderá vir a ser criada uma residência universitária no Avepark, em Barco, onde o Politécnico tem um polo. Esta instalação deverá ter cerca de 160 camas e poderá servir também o Instituto Cidade de Guimarães. Domingos Bragança, todavia, defende que a solução para o alojamento dos estudantes do superior passa pela criação de mais oferta privada e antecipa que serão necessárias "800 a mil camas para estudantes, em Guimarães".
A apresentação destes novos alojamentos para estudantes surge na sequência do anúncio pelo Governo, da criação de mais 15 mil camas para estudantes, a preços regulados, até 2026, num investimento orçamentado em 375 milhões de euros e financiado pelo PRR.