Um homem residente em Bragança foi notificado 33 vezes pela Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública para apresentar um atestado médico para efeitos de renovação da licença de uso e porte de arma.
O cidadão, que prefere manter o anonimato por ter pertencido a uma força de segurança, mas que se identificou ao "Jornal de Notícias", ficou espantado quando abriu a caixa do correio e tinha 12 envelopes, todos do mesmo remetente. "Até fiquei assustado quando vi a caixa do correio cheia de cartas registadas. Pensei, o que terei feito? Até fiquei sem sangue. Depois verifiquei que eram todas relacionadas com a mesma coisa", contou.
Dois dias depois recebeu mais 15 cartas e numa outra altura mais seis, quando até já tinha entregue o atestado médico que lhe era solicitado. "A mim bastava-me uma carta, não precisava de tantas. Não faço ideia do que se passou para acontecer esta situação. Deve haver algum sítio onde ficou o registo de expedição, mas não repararam que o destinatário era sempre o mesmo", acrescentou o cidadão indignado.
Após os 70 anos, os proprietários de armas de fogo são obrigados a apresentar um atestado médico de dois em dois anos para confirmar que não sofrem de perturbações psíquicas ou mentais de modo a poderem manter a licença de uso e porte de arma.
O "Jornal de Notícias" pediu esclarecimentos à PSP sobre o caso, mas até ao momento ainda não obtivemos resposta.