Utentes de lar ilegal de Freixo, Almeida estiveram menos de 48 horas em centro de acolhimento da Guarda.
Os oito idosos do lar de Freixo, Almeida, infetados com o novo coronavírus, regressaram na quarta-feira ao hospital, menos de 48 horas depois de terem sido transferidos na segunda-feira para o Centro Apostólico da Guarda. "Informaram-me que foi por falta de cuidadores", confirmou o presidente da Câmara ao JN.
Os idosos, assintomáticos ou com sintomas ligeiros, deram entrada nas urgências covid no sábado, depois de um primeiro utente ter ficado internado após testar positivo e ter sido transferido posteriormente para a Unidade de Cuidados Intensivos. Houve ainda mais três idosos que depois de observados subiram igualmente ao internamento.
Os restantes receberam alta entretanto e foram encaminhados para o Centro Apostólico da Guarda, porque o Centro Distrital de Segurança Social verificou que o lar onde residiam 12 idosos não tinha licença exigível a uma estrutura residencial para idosos (ERPI) e tinham de ser acolhidos provisoriamente noutro local. Porém, o acolhimento não correu bem ao ponto de a transferência ter sido revertida por falta de condições para tratar de idosos dependentes.
Retaguarda mas pouco
A escolha do Centro Apostólico para instituição de retaguarda na resposta covid decorreu de um entendimento entre o município da Guarda, que cedeu o espaço, a Proteção Civil, que assegura a alimentação e outras necessidades logísticas, a Segurança Social e a Unidade Local de Saúde (ULS), a quem caberia assegurar a afetação de recursos. Questão a que a ULS ainda não clarificou.
Fonte da Segurança Social admitiu no entanto que três dos oito idosos em causa podem regressar à residência em Freixo, mas que os demais só podem ser acolhidos depois de regularizado o processo de licenciamento em falta.
"Estou indignada com o que se está a passar porque os idosos foram negligenciados", disse ao JN a neta de uma das idosas infetadas. "Até agora agiram como se os idosos não tivessem famílias porque só hoje é que fomos contactados por uma assistente social para indicarmos em que lar gostaríamos de recolocar a minha avó", disse Cristina Saraiva. "Sei agora que o lar não estava na legalidade mas a minha avó sempre foi tratada com muito carinho no local onde estava", rematou.