Entidades responsáveis pela unidade móvel de consumo assistido em Lisboa não conseguem manter atividade já a partir de sexta-feira. SICAD garante que concurso para atribuição de verbas "decorre dentro dos prazos legais previstos".
Dezoito anos depois de se deixar de considerar crime o consumo de drogas, Portugal - o primeiro país europeu a dar este passo - teve a primeira sala móvel de consumo assistido em 2019. Contudo, três anos depois de levar mais segurança aos toxicodependentes de quatro freguesias de Lisboa, a Médicos do Mundo (MdM) e o Grupo de Ativistas em Tratamentos (GAT), que gerem este equipamento, vão interromper o seu funcionamento a partir de sexta-feira "no seguimento da falta de decisão sobre o financiamento desta resposta", avançam ao JN as direções das duas organizações.
Há quase dois meses que estas instituições mantêm o Programa de Consumo Vigiado Móvel "com base em fundos próprios", mas "vão deixar de ter condições" para o fazer. Segundo a Médicos do MdM e o GAT, "o financiamento que, nos últimos três anos, esteve a cargo da Câmara de Lisboa, terminou no final do ano passado e, neste momento, decorre um concurso para o financiamento pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD)", como estava previsto desde o início.