Autarquia de Lisboa diz que não havia sinais visíveis de perigo. PAN e Plataforma de Defesa das Árvores pedem mais monitorização
A Câmara de Lisboa vai fazer uma vistoria às árvores da Alameda Dom Afonso Henriques para perceber se correm o risco de queda depois de uma árvore ter tombado sobre o passeio naquela avenida há duas semanas.
Aparentemente a raiz estava podre, mas as causas da rutura do tronco da planta ainda não são conhecidas. Sem sinais de perigo visíveis, não foi possível à Junta de Freguesia do Areeiro nem à Câmara prevenir o incidente. A Plataforma de Defesa das Árvores e o PAN pedem mais monitorização do arvoredo.
Quando a árvore caiu, no passado dia 24 de abril, uma semana antes da Alameda se encher de gente para a celebração do 1 de Maio, ninguém circulava ali "por sorte".
"Poderia ter acontecido um acidente, magoado ou provocado a morte de pessoas ou animais", alerta a deputada municipal do PAN Inês Sousa Real. A deputada considera que a queda é "sintomática do problema da má gestão do arvoredo do que há na cidade" e que é necessária "uma política de prevenção".
"A monitorização das condições em que o arvoredo se encontra, feita pela Câmara, deveria ser mais frequente para se poder analisar o estado fitossanitário das árvores. Parece-nos que só existe um objetivo de análise fitossanitária do arvoredo quando a intenção é abatê-lo", diz.
Sousa Real nota ainda que o PAN apresentou uma proposta na Assembleia da República para a criação de um regime jurídico específico para a proteção do arvoredo."Esperemos conseguir brevemente ter um quadro jurídico que venha pôr algumas regras ao desnorte que tem sido a gestão do arvoredo em Lisboa e noutras cidades. De norte a sul do país chegam-nos queixas na forma como os autarcas tratam as árvores", revela.
Rosa Casimiro, da Plataforma em Defesa das Árvores, lembra que "as árvores são agredidas constantemente e intervencionadas por pessoas que não fazem uma avaliação técnica".
"Exigem mais manutenção, devia ser feita uma monitorização pelo menos uma vez por ano", considera.
"VISTORIAS REGULARES"
A Câmara garante que "executa vistorias regulares ao arvoredo" e que "por uma questão de despiste" vai fazer uma vistoria a todo o arvoredo da Alameda para verificar "se existem sintomas ou sinais que possam indiciar perigo de rotura". A Autarquia admite que se percebe que existe podridão na raiz da árvore e aguarda agora os resultados da análise que o Laboratório de Patologia Vegetal do Instituto Superior de Agronomia (LPVVA) está a fazer a amostras da árvore que caiu. O relatório fitossanitário deverá estar concluído na quarta-feira, 12 de maio, confirmou o LPVVA ao JN.