No centro de Algés, em Oeiras, esta manhã de quinta-feira, moradores e comerciantes não tinham mãos a medir.
Com vassouras, pás e sacos de plástico apanhavam a lama e a água da chuva acumulada da noite anterior e restos dos materiais das suas lojas, desde as 8 horas. "Isto foi uma tragédia, foram as piores cheias", lamentavam.
Carros desalinhados, alguns em cima uns dos outros, artigos de estabelecimentos comerciais estragados e muita lama acumulavam-se nos passeios do centro de Algés esta manhã. Desesperados, uns limpavam as ruas, outros aspiravam ou retiravam o excesso de água com a esfregona dos carros e outros faziam contas aos prejuízos, de dezenas de milhares de euros em alguns casos.
Margarida Oliveira, moradora, olhava para o carro, um BMW, desolada. "Já não tem salvação, a água subiu até à cadeirinha do nosso filho e danificou o motor. Estamos à espera do reboque só. Os carros ontem pareciam barcos", contou a moradora que acordou sobressaltada durante a noite e foi ajudar os vizinhos que vivem em caves, os mais afetados.
A água da chuva começou a subir ontem à noite, entrando em lojas e caves habitacionais, em Algés e em várias outras zonas de Oeiras, Lisboa e Amadora. Numa das caves de Algés, uma mulher de 77 anos acabou por morrer afogada, com água até ao teto.