Foi publicada em Diário da República a abertura do período de discussão pública da proposta de classificação da Serra da Aboboreira como Paisagem Protegida - Regional (PP-R). A candidatura foi apresentada pela Associação de Municípios do Baixo Tâmega (ABMT) "após um longo trabalho" de caracterização do património natural e cultural daquela serra que no seu cume une os concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses.
A primeira sessão pública de auscultação que reuniu sobretudo autarcas e técnicos, realizou-se na quinta-feira, no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Baião. Os interessados devem apresentar as observações e sugestões a partir de 9 de maio. Podem fazê-lo durante um mês.
Ricardo Magalhães, Secretário-geral da Associação de Municípios do Baixo Tâmega (AMBT ), considerou que a classificação "mais adequada" para a Serra da Aboboreira, é a de PP-R, "porque permite uma interação harmoniosa entre o ser humano e a natureza. Pretende-se, também, que esta área seja uma continuação do Parque Natural Marão-Alvão", disse o responsável quando apresentava a proposta de ordenamento e gestão da PP-R. No país, atualmente, existem nove PP-Regionais e duas PP- Nacionais.
Na sessão pública de Baião foram apresentados os estudos de diagnóstico e caracterização da área feitos por Miguel Portugal, do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que falou sobre o papel das áreas protegidas em Portugal, que "visam a proteção dos valores naturais e culturais existentes, realçando a identidade local, e a adoção de medidas compatíveis com os objetivos da sua classificação - paisagens resultantes da interação harmoniosa do ser humano e da natureza, e que evidenciem grande valor estético, ecológico ou cultural", justificou.
Joaquim Alonso, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, fez a contextualização geográfica e ambiental da Serra da Aboboreira e dos ecossistemas limítrofes e João Honrado, da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, apresentou a caracterização da Serra da Aboboreira e os valores que a mesma apresenta e justificam esta classificação, principalmente ao nível dos habitats naturais, da bio e geodiversidade e do património arqueológico.
Políticos unidos
"O que queremos é qualificar o território com inovação e espero que este projeto possa avançar", disse Cristina Vieira, autarca do Marco de Canaveses. "O poder político está empenhado e faremos o necessário para promover e desenvolver ainda mais esta área protegida", acrescentou a autarca que, atualmente, preside à AMBT. O anterior líder, anfitrião da sessão pública, Paulo Pereira depois de destacar o "enorme" potencial da serra que une os três concelhos, apelou a todos os "condóminos" da Aboboreira, locais ou apenas visitantes que "se envolvam neste processo, para que esta classificação seja o mais adequada possível ao que nós precisamos e para que este território tenha uma valia ainda maior", disse. José Luís Gaspar de Amarante também esteve presente na sessão.
Os documentos relativos à classificação "irão estar" disponíveis para consulta pública no portal participa.pt, nos três municípios abrangidos pela Serra da Aboboreira e na AMBT.