Em reunião de Câmara, esta terça-feira, a autarca de Matosinhos, Luísa Salgueiro, criticou a Galp por "deixar para trás direitos fundamentais dos trabalhadores" e adiantou que continua sem conhecer os planos da petrolífera para a refinaria se o anunciado fecho vier a confirmar-se.
"Não é prioridade encontrar um plano B. O plano A é manter os postos de trabalho. A prioridade é manter os vínculos laborais", sublinhou. "Por aquilo que sei, formalmente não há soluções para os trabalhadores. Tenho apenas conhecimento de algumas situações individuais", referiu, em resposta ao vereador António Parada e crítica relativamente à postura da petrolífera.
"A Galp está a deixar para trás direitos fundamentais dos trabalhadores, que aparecem quase como danos colaterais", destacou, dando conta de uma reunião entre o Instituto de Emprego e Formação Profissional e o departamento de Recursos Humanos da Galp, na qual participou a Câmara, mas insistiu que esse não é o caminho desejado, pois não vai abdicar de manter os empregos na refinaria, como defendem os trabalhadores e com quem está "solidária".
Numa iniciativa da Autarquia, Luísa Salgueiro revelou que vai fazendo o trabalho de casa e que já houve uma reunião do "grupo técnico de suporte, que junta as Faculdades de Economia e de Engenharia do Porto e o INEGI". Acrescentou que também "haverá um grupo de acompanhamento, com todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal", pois quer que tudo seja "o mais transparente e democrático" possível.
"Tenho que estar preparada e não meramente à espera que o CEO da Galp venha apresentar um projeto em maio", completou, considerando que a anunciada decisão do fecho "precisa de ser mais bem fundamentada".
"A Câmara tem que licenciar o que a Galp quer fazer no futuro. A nossa prioridade é manter a atividade económica e industrial, mas sem um impacto negativo para o ambiente e para a saúde pública", antecipou, observando que o Estado, que é o segundo maior acionista, também nada adiantou.
"O Governo ainda não partilhou informação e não pode deixar de assumir as suas responsabilidades", assinalou.