Mobilidade

Esta é a imagem dos novos autocarros da Área Metropolitana do Porto

Adriana Castro

Nova imagem dos autocarros que vão circular na Área Metropolitana do Porto foi apresentada esta sexta-feira

Foto Adriana Castro/jn

É com a palavra "Unir" que os novos autocarros da Área Metropolitana do Porto (AMP) vão circular pela região nos próximos sete anos. O novo serviço vai custar, anualmente, 18 milhões de euros aos 17 municípios, não estando excluída a necessidade de rever a estratégia de corredores bus em alguns deles.

A nova imagem dos autocarros da AMP, apresentada esta sexta-feira, "corresponde sobretudo a uma nova etapa do transporte rodoviário na região", atesta o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues. Esta nova fase significa que os autocarros chegarão "a mais sítios, de forma mais frequente, com rotinas e melhores equipamentos". A despesa anual da implementação deste novo serviço "pode chegar até aos 18 milhões de euros por ano", repartidos pelos municípios e deverá começar a marcar presença no terreno em meados deste ano.

Os custos da pintura, acrescenta o também autarca de Gaia, estava prevista no caderno de encargos e os futuros operadores estavam já a contar com esta despesa. "A expectativa é a de que, mal tenhamos os autocarros a circular, possamos tê-los já com a nova identidade. Como as compras estão a ser feitas faseadamente porque o mercado não é capaz de responder, admito que pontualmente possamos ter autocarros a circular em branco mas será muito transitório", clarifica.

A conceção da marca "Unir", feita pela empresa Bastarda, custou 12 250 euros à AMP.

Recuperar projeto da Estrada da Circunvalação

Questionado sobre de que forma seria garantida a eficácia e rapidez do serviço sem o alargamento de corredores bus na região, o também autarca de Gaia admitiu que a implementação da nova rede exige "um compromisso dos municípios". "De facto, cada um no seu território tem a competência única de definir os corredores bus que poderemos ter, agilizando a própria circulação", observa Eduardo Vítor Rodrigues, reconhecendo que "em alguns locais isso não faz sentido nenhum, uma vez que a fluidez da circulação é suficiente". Contudo, "noutros, isso é absolutamente determinante" e, por isso, "os municípios vão ter de estar a jogo".

Certo é que o projeto metropolitano para requalificar a Circunvalação, que prevê, precisamente, uma transformação daquela estrada para servir os transportes públicos e que foi recuperado pelos autarcas na última reunião do Conselho Metropolitano, não será feito pelas autarquias. Deverá ser alvo de uma candidatura a novos fundos europeus.

Empresa metropolitana de transportes

"Não escandaliza que em Arouca ou em S. João da Madeira não haja nenhum corredor bus e no Porto, em Matosinhos ou Gaia eles sejam prioritários. A resposta à heterogeneidade da AMP não se faz com o mesmo modelo para todos, mas sim com modelos adaptados aos territórios e acho que vamos ser capazes de fazer isto", assegura Eduardo Vítor Rodrigues. A coesão entre os 17 concelhos, nota, "não se faz pintando corredores bus, mas com experiência e ajustamentos" da rede.

A STCP mantém-se como operadora exclusiva no Porto, mas os novos autocarros também entrarão na cidade fazendo a ligação com os concelhos vizinhos.

Para o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, "a única solução para que isto seja uma estratégia duradoura de aprofundamento do modelo [de transportes] é através de uma empresa metropolitana". "Mas cada coisa no seu tempo. Temos, em primeiro lugar, que dar objeto à empresa metropolitana, que são os transportes", observa.

Impugnações permitiram "dissipar questões"

Falta ainda o visto do Tribunal de Contas, seguindo-se meio ano para a implementação da operação, mas o também presidente da Câmara de Gaia considera que as nove impugnações de que o processo foi alvo "permitiram dissipar muitas das questões e que, em muitos casos, o Tribunal de Contas levanta nos procedimentos" e que "já foram dirimidas" pela justiça.

"Mas não estamos aqui em sofreguidão. Aguentámos este tempo de uma forma muito dura, muitas vezes confundindo-se o tempo das impugnações judiciais que tinham efeito suspensivo com alguma incompetência da AMP quando, na verdade, estávamos a trabalhar de uma forma absolutamente rigorosa. Chegados a este ponto, respeitámos as instituições e a seu tempo começaremos. Aponto para meados deste ano [o arranque da operação], tendo até ao final do ano o período de transição para as pessoas sentirem que valeu a pena este esforço", conclui Eduardo Vítor Rodrigues.

A 3 de dezembro termina o prazo das licenças provisórias dos ainda atuais operadores. E, mesmo em caso de "atraso" da luz verde do Tribunal de Contas, o presidente do Conselho Metropolitano do Porto tem "absoluta confiança de que a 3 de dezembro já temos o visto garantidamente". No entanto, o objetivo é que, nessa altura, a operação já decorra "em velocidade cruzeiro".

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