A empresa ViaPorto, operadora do metro do Porto, diz estar disponível para um rápido acordo com o Sindicato de Maquinistas (SMAQ) face ao conflito laboral na empresa, que enfrenta esta quarta-feira o primeiro de dois dias de greve.
"A gestão da ViaPorto tudo continuará a fazer no sentido de ser alcançado, o mais rapidamente possível, um acordo com o SMAQ, tendo em vista a salvaguarda do serviço público e o interesse dos utilizadores do sistema de metro ligeiro da Área Metropolitana do Porto e, bem assim, a estabilidade das relações laborais", afirma a empresa do grupo Barraqueiro, em comunicado enviado à agência Lusa.
Uma greve no metro do Porto afeta hoje a operação na generalidade da rede, circulando apenas algumas composições na linha de Gaia e no troço comum Dragão-Senhora da Hora, segundo o SMAQ, que também emitiu um pré-aviso para nova paralisação durante o dia de sexta-feira.
De acordo com o dirigente sindical Helder Silva, a operação está limitada a algumas composições no chamado "tronco comum", envolvendo todas as linhas entre Senhora da Hora e Dragão, e na Linha Amarela (conhecida como linha de Gaia), que liga Santo Ovídeo ao Hospital de São João.
A Metro do Porto, SA, que tem a operação do serviço subconcessionado à ViaPorto, bem como esta empresa, não divulgaram em tempo útil números relativos à paralisação, mas o SMAQ está a apontar para 90% de adesão.
No seu comunicado, a ViaPorto afirma que, apesar da "penalizante situação pandémica e as próprias limitações impostas pelo contrato de subconcessão, ainda assim, apresentou várias propostas de ajustamento salarial e de melhoria nas condições de trabalho".
Tais propostas foram "reconhecidamente convergentes em diversos aspetos, com o solicitado pelo Sindicato dos Maquinistas, mas, ainda assim, "não mereceram, lamentavelmente, o acordo deste", acrescenta.
A ViaPorto sublinha que "sempre manteve (e mantém) uma postura de diálogo construtivo com as estruturas representativas dos seus trabalhadores, num quadro de razoabilidade e de compreensão pelas dificuldades e constrangimentos atualmente existentes, tendo em vista garantir as melhores condições de trabalho".
O SMAQ já resumiu as reivindicações à diminuição da carga horária, "reduzindo a penosidade dos serviços", e à melhoria remunerações.
No pré-aviso de greve, o SMAQ comunicou que a greve visa o "desbloqueio da negociação de um acordo de empresa (...), para além das cláusulas já acordadas".
O sindicato indicou ainda não ter proposto serviços mínimos por "entender haver alternativas suficientes nos transportes coletivos na área geográfica abrangida pelo serviço da Metro do Porto", lê-se ainda na nota de pré-aviso.
Já a empresa Metro do Porto lamentou que o SMAQ e a ViaPorto não tenham conseguido alcançar um acordo que permitisse evitar a greve "e o consequente incómodo para os milhares de clientes do metro".
Em comunicado, na sua página da Internet, a empresa afirmou aguardar com "expectativa que ambas as partes possam alcançar um entendimento que leve a que não haja nova greve no dia 30 de julho [sexta-feira]".