António de Sousa Pereira vai tomar posse para um novo mandato como reitor e diz que Estado deve acompanhar reconhecimento com mais investimento.
A Universidade do Porto (UP) atingiu o melhor resultado de sempre no ranking internacional QS World University Rankings, estando agora classificada no 274º lugar, sendo a melhor universidade portuguesa, entre as principais da Europa e do mundo. "É a melhor posição de sempre que uma universidade portuguesa consegue num ranking internacional. A UP já estava acima de 300 mas desta vez deu um salto e passou para a posição 274 que coloca claramente no grupo da frente das universidades a nível mundial e isso deixa-nos satisfeitos", salienta António de Sousa Pereira, reitor da UP e que no próximo dia 22 inicia novo mandato.
A avaliação feita pelo QS é vista como "muito importante" por dar visibilidade numa área muito competitiva a nível internacional. "A nossa aposta é grande nos estudantes internacionais que ligam muito aos rankings. Estar bem posicionado significa ter como componentes o prestígio da instituição, o reconhecimento por parte dos empregadores e a qualidade da rede associada à qualidade da ciência que produz", acrescenta o reitor.
António de Sousa Pereira alerta, contudo, para a necessidade de maior investimento por parte do Estado no ensino superior. "A luta por um maior financiamento não é das universidades e dos politécnicos, é uma luta que deve ser do país porque, caso contrário, estamos condenados ao subdesenvolvimento, porque no mundo atual não é possível haver inovação , produtos inovadores, mais valia e aumento do valor do produto sem haver um investimento na base que é a criação de pessoas diferenciadas e com espírito inovador", diz o reitor da UP, acrescentando que "na Europa, nas Américas e na Ásia os governos locais estão a fazer fortíssimos investimentos na qualificação das sua redes de de ensino superior de investigação porque têm a noção muito clara da importância dessa qualificação para a inovação e para o aumento da competitividade económica dos respetivos países".
Para António de Sousa Pereira "isso não tem sido acompanhado por Portugal e este reconhecimentos como o do QS devem-se ao esforço enorme dos nossos docente, investigadores e estudantes que aceitam trabalhar em condições que noutros países não aceitariam". O reitor da UP diz que os níveis de financiamento "estão inferiores aos de 2009" e dá o exemplo de Espanha, onde o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) "está a funcionar com investimentos maciços na qualificação da rede de ensino superior". E António de Sousa Pereira dá como exemplo a "atribuição de cerca de mil milhões de euros do PRR espanhol a cada uma das universidades da Galiza para aumentar a sua capacitação".