Um surto de covid-19 no lar da Ordem Terceira de S. Francisco, em Vila do Conde, já matou nove utentes. Há 53 idosos e 34 funcionários infetados. A Câmara e Cruz Vermelha Portuguesa estão a ajudar a colmatar a falta de pessoal.
"Tivemos uma funcionária que testou positivo na semana antes do Natal. Comunicou-nos e, a partir daí, começamos a testar", explicou, ao JN, o presidente do conselho fiscal, António Justo. Em dois dos cinco lares da instituição - S. Francisco e Santo António -, ambos situados no edifício-sede, há 80 idosos. Neste momento, 53 estão infetados, 12 dos quais internados nos hospitais. Os restantes permanecem isolados no lar. Entre 23 e 30 de dezembro, nove idosos morreram.
Entre os 164 funcionários, há 34 infetados e algumas dezenas em isolamento profilático. A braços com a falta de pessoal, a Ordem, explica António Justo, pediu ajuda à autarquia.
"A Câmara contratou uma empresa de trabalho temporário. Já recebemos 18 pessoas e mais três da Cruz Vermelha", continuou a contar o mesmo responsável, lamentando que os cinco profissionais que seriam contratados no âmbito da MAREESS (Medida de Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde) ainda não tenham chegado.
António Justo explica que, por causa do surto, "todas as visitas foram suspensas e os utentes, mesmo os que testaram negativo, não podem sair dos quartos". Reconhece que o Natal, que este ano já seria atípico, foi "ainda mais complicado" e o mesmo sucederá, esta quinta-feira, com a Passagem de Ano.
Ainda assim, garante que a situação "está controlada". Valeu à Ordem, diz, ter comprado testes rápidos, que "permitiram detetar logo os positivos e acelerar as medidas de isolamento". Agora, resolvido o problema da falta de pessoal, agradece a todos os funcionários que "se têm dedicado à causa" para que "todos os utentes tenham os melhores cuidados".
Na próxima semana vai começar nova ronda de testes e, diz António Justo, parte dos funcionários deverão regressar ao serviço.