A Câmara de Santa Comba Dão recebeu da Direção Geral do Património Cultural duas estátuas do ditador Salazar, que estão nas oficinas camarárias, mas não se sabe qual o destino que vão ter.
São duas peças, uma em bronze, de 2,3 metros, que representa Salazar em vestes doutorais, e um busto em pedra, ambas da autoria de Francisco Franco.
Em setembro de 2017, através de um protocolo a que o JN teve acesso, as duas estátuas ficaram à guarda da Câmara de Santa Comba Dão, por um período de cinco anos, que pode ser renovável. As duas estátuas encontram-se nas oficinas camarárias.
O protocolo estabelece que o Município fica obrigado "a assegurar a criação de condições adequadas à sua conservação e exposição nas instalações da Câmara Municipal de Santa Comba Dão".
O documento refere que a Autarquia faz parte de um projeto interconcelhio, denominado "Rota das Figuras do Estado Novo", mas não especifica que é esse o destino das estátuas.
O JN tentou ouvir, sem sucesso, o presidente da Câmara de Santa Comba Dão, o socialista Leonel Gouveia.
Inês Matos, vereadora do PSD, já questionou o autarca durante uma reunião do Executivo, no passado dia 12 de novembro.
"O que me respondeu, e está em ata, é que as estátuas iam para o lixo e que a Câmara foi contactada para ver se as queriam. Disse que iam ficar num armazém, mas não esclareceu para que vão servir. O que é certo é que o protocolo diz que têm de ser expostas", afirmou a vereadora ao JN.
Inês Matos, que não é contra o Centro Interpretativo do Estado Novo, considera que o "secretismo à volta de um projeto que se quer sério é que faz com que Santa Comba dão seja enxovalhada", concluiu.