A 'startup' Subcultours criou uma plataforma que permite aos viajantes e aos locais marcar reuniões com artistas do Porto para saber mais sobre o seu trabalho, rotinas e projetos, ajudando estes profissionais a ter uma segunda fonte de rendimento.
Através desta plataforma, é possível aos utilizadores analisar o perfil dos profissionais das indústrias criativas e optar por concertos, 'workshops' ou conversas sobre o seu trabalho, nas quais os artistas podem organizar passeios e mostrar o seu restaurante ou parque preferido, explicou a responsável pela 'startup' (empresa de base tecnológica em fase de desenvolvimento) Subcultours, Katja Krämer.
Em declarações à Lusa, a fundadora, uma alemã mestre em Marketing Internacional, contou que as experiências criativas são destinadas a viajantes e aos locais que procuram saber mais sobre as rotinas dos artistas portuenses, que aliam "a paixão pelas artes e a profissão".
"As pessoas têm curiosidade em conhecer artistas locais e descobrir onde estes vivem, trabalham e quais são as suas inspirações no dia-a-dia. Com esta plataforma podem ter acesso a isso, visto que os artistas desenham as experiências de forma alinhada com os interesses de quem os procura", indicou.
Segundo Katja Krämer, quando as pessoas viajam ficam expostas a culturas, pessoas e modos de vida diferentes, tendo oportunidade para "pressionar o botão de reinicialização da sua vida", tornando-se nesses momentos "mais recetivos em termos de mudança de carreira", decisões que podem ser despoletadas pelas conversas com os artistas.
"A minha motivação para a criação deste projeto surgiu a partir da vontade de criar um projeto que tivesse um impacto real e positivo na vida das pessoas", referiu.
Ao mesmo tempo, o projeto ajuda os artistas e os criativos locais a gerar uma segunda fonte de rendimento, sendo estes selecionados de acordo com as características de cada cidade.
No Porto, os responsáveis pelo projeto procuram artistas e empresários criativos que criem "algo único" e "difícil de encontrar em outros lugares do mundo", nas áreas da música, da gastronomia, da moda, da joalharia, do mobiliário, da ilustração, da escultura ou da tatuagem.
"Certificamo-nos de que os artistas com quem trabalhamos desejam compartilhar a sua paixão pela arte com estranhos e se sentem confortáveis "para os deixar entrar nos seus espaços de trabalho", referiu Katja Krämer.
O processo de seleção é igualmente interessante, continuou a fundadora, explicando que este passa por uma primeira reunião informal, seguida de um teste inicial, no qual são convidados amigos, 'bloggers' e representantes da comunicação social para avaliarem o artista e criarem conteúdo, que é depois disponibilizado na plataforma da Subcultours e nos 'media'.
Para além de artistas do Porto, esta plataforma engloba profissionais da área da artes de outras cidades da Alemanha e da Costa Rica.
Da equipa da Subcultours faz também parte o engenheiro da área de Nanotecnologia Magnus Altgård.
Este projeto participou no programa de aceleração Startup Porto Accelerator, lançado pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que permitiu a Katja Krämer contatar com uma rede de mentores que ajudaram a levar a ?startup' para o nível seguinte.
