Nada de estacionamento subterrâneo, nada de cobrir o mercado do Bolhão ou de o transformar num shopping, promete Manuel Pizarro, candidato do PS à Câmara do Porto.
A sua alternativa passa por gastar até oito milhões de euros num projeto que prevê a criação de 300 postos de trabalho, de mais 220 pontos de venda e estabelecimentos (a juntar aos cerca de 80) e um desconto de 75% nas rendas enquanto durarem as obras.
Apontando a conclusão do processo para 2015, Pizarro elegeu esta quarta-feira o projeto como "o mais importante" e urgente investimento municipal do próximo mandato. Na parte superior do mercado, após contactar com vendedores, anunciou uma proposta que tem como princípio-base manter o mercado aberto durante as obras.
O candidato começou por recusar a privatização do Bolhão e a sua transformação "numa espécie de centro comercial". E contestou as propostas "megalómanas" que têm sido apresentadas e que implicam investimentos elevados que, em seu entender, são desnecessários. Do mesmo modo, considera irrealistas as propostas para realizar a obra até 2014.
Como exemplo, garantiu que, se for eleito, "não haverá caves por baixo do Bolhão" para estacionamento, porque "custam uma pipa de massa" e são uma solução tecnicamente duvidosa, devido aos lençóis de água.
Pizarro propõe, sim, designar o silo-auto, a cerca de 250 metros, como parque do Bolhão, e a introdução de uma faixa de estacionamento de "curtíssima" duração na rua de Sá da Bandeira, fundamentalmente para cargas e descargas. Mesmo no silo-auto, afirmou, pode ser criada uma central de compras com entregas de meia em meia hora. O candidato fez outra promessa: "Não vou cobrir o Bolhão!". A seu ver, essa opção destruiria "a relação visual entre quem o visita e o céu" e aumentaria "dramaticamente" os custos de ventilação e climatização.
O projeto, que foi apresentado pelo arquiteto Correia Fernandes e segue a traça original do mercado, prevê a utilização de uma cobertura translúcida apenas parcial.