Enquanto os investigadores forenses começam a analisar o cenário de horror encontrado em Bucha, nos arredores de Kiev, um novo ataque negado pelos russos está a chocar o Ocidente. Desta vez na estação de comboios de Kramatorsk, em Donetsk, onde milhares de pessoas se preparavam para apanhar o primeiro comboio do dia. De visita à Ucrânia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, convidou formalmente o país a integrar a União Europeia.
- O exército ucraniano já controla toda a região de Sumy, no nordeste do país, mas o território ainda não é completamente seguro, avisou esta sexta-feira o chefe da Administração Militar de Sumy, Dimitro Zhivitski. A prioridade agora é localizar e neutralizar as minas deixadas pelo exército russo.
- O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que a situação em Borodianka, localidade a noroeste de Kiev recentemente abandonada pelas tropas de Moscovo, é "muito pior" do que a de Bucha. "Há mais vítimas", garantiu.
- A Organização Mundial da Saúde (OMS) já registou 102 ataques a instalações ou equipamentos de saúde desde o início da ofensiva russa: 73 pessoas morreram e outras 51 ficaram feridas.
- Um bombardeamento à estação de comboios de Kramatorsk, em Donetsk, fez, esta sexta-feira de manhã, dezenas de mortos: pelo menos 50. De acordo com o governador da região de Donestk, Pavlo Kyrylenko, 98 pessoas foram levadas para o hospital e, dessas, 16 eram crianças. "[O ataque] aconteceu às 10.30 da manhã, numa altura em tínhamos cerca de quatro mil pessoas na estação ferroviária à espera do primeiro comboio", afirmou o autarca local, Oleksander Honcharenko, assegurando tratar-se de um "rocket" russo.
- A Rússia negou a autoria do ataque à estação, garantindo que não usa mísseis Tochka-U desde 2019. No entanto, há imagens recentes de um exercício militar que provam o contrário. A 15 de fevereiro, as forças armadas da Bielorrússia e da Rússia lançaram, em conjunto, um destes mísseis, num campo de tiro na região de Gomel, na Bielorrússia.
- O Conselho da União Europeia adotou, esta sexta-feira, o quinto pacote de sanções à Rússia pela contínua agressão militar contra a Ucrânia, que contempla a proibição de importação de carvão, madeira e vodka.
- Investigadores forenses começaram a exumar uma vala comum na cidade ucraniana de Bucha, embrulhando em plástico preto os corpos dos civis que, segundo as autoridades ucranianas, foram mortos pelas forças russas.
- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou esta sexta-feira à Ucrânia e foi até Bucha, cidade nos arredores de Kiev onde centenas de civis foram assassinados. "É impensável o que aconteceu aqui", afirmou, acrescentando ter visto "o lado cruel do exército de Putin".
- Um relatório de especialistas energéticos e ambientais indica que, se a Europa assumir medidas assertivas, será possível privar a Rússia de milhares de milhões de euros em receitas da venda de petróleo e gás. Entre as propostas está a proibição de voos dentro da Europa continental e a proibição de circulação automóvel no centro das cidades.
- A comissária dos direitos humanos da Ucrânia, Lyudmila Denysova, afirmou esta sexta-feira que 121 mil crianças foram levadas "à força" para a Rússia.
- O vice-chefe do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitri Medvedev, avisou que as sanções "ilegais" contra Moscovo podem vir a ser interpretadas como atos de agressão, que podem ser respondidos com atos de defesa.
- Ao final do dia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, convidou formalmente a Ucrânia a aderir à União Europeia, entregando a Zelensky um questionário que será preenchido por Kiev e que servirá de ponto de partida para a UE decidir sobre a adesão.