
Lindsay Sandiford foi detida, em 2012, por tráfico de droga
Foto: Indonesia's Coordinating Ministry for Law, Human Rights, Immigration and Corrections / AFP
Uma cidadã britânica de 69 anos, condenada à morte na Indonésia em 2013 por tráfico de droga, saiu esta quinta-feira da prisão em Bali para ser repatriada para Londres, informou um responsável ministerial.
Corpo do artigo
Lindsay Sandiford abandonou a prisão de Bali ao final do dia e foi para o aeroporto internacional da ilha, disse Nyoman Gede Surya Mataram, responsável do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, citado pela agência de notícias francesa AFP.
A avó de 69 anos deverá embarcar durante a noite num voo comercial para Londres, via Doha, juntamente com outro cidadão britânico, Shahab Shahabadi, de 36 anos, condenado a prisão perpétua depois de ter sido detido por tráfico de droga, em 2014.
Lindsay Sandiford e Shahab Shahabadi (Foto: Made Nagi / EPA)
A Indonésia, onde mais de 90 cidadãos estrangeiros se encontram no corredor da morte por tráfico de estupefacientes, tem algumas das leis antidroga mais severas do Mundo, mas libertou vários prisioneiros no último ano, entre os quais o francês Serge Atlaoui, que cumpriu 18 anos de pena, bem como os últimos cinco membros da rede de tráfico de droga conhecida como "Bali Nine".
O Governo indonésio assinou um acordo a autorizar o repatriamento dos dois cidadãos britânicos, anunciou no final de outubro o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos da Indonésia, Yusril Ihza Mahendra.
Lindsay Sandiford foi condenada à morte por tráfico de droga em 2013 e encontrava-se na prisão em Bali.
Ao chegar à ilha turística, em 2012, os funcionários alfandegários descobriram cocaína avaliada em cerca de 2,14 milhões de dólares (1,85 milhões de euros) num fundo falso da sua mala. Ela confessou o crime, afirmando ter aceitado transportar os estupefacientes porque uma rede de traficantes ameaçava matar o filho.
O outro cidadão britânico, Shahab Shahabadi, encontrava-se encarcerado numa prisão de alta segurança no centro da ilha de Java. Ambos padecem de graves problemas de saúde, precisou Yusril.
Shahab Shahabadi encontrava-se detido na ilha de Java (Foto: Made Nagi / EPA)
"[Sandiford] foi examinada pelo nosso médico, bem como pelo médico do consulado britânico em Bali, e está gravemente doente", ao passo que Shahabai "tem diversas doenças graves, incluindo problemas de saúde mental", indicou o ministro indonésio.
Segundo uma fonte indonésia que pediu o anonimato, os dois prisioneiros serão hospitalizados assim que chegarem ao Reino Unido "para receberem tratamento médico".
O caso de Lindsay Sandiford atraiu a atenção dos tabloides britânicos, tendo um deles publicado um artigo em que ela falava do seu medo da morte.
"A minha execução está iminente, e sei que posso morrer a qualquer momento. Posso ser retirada da minha cela amanhã", disse ao jornal britânico "Mail on Sunday", em 2015, acrescentando: "Comecei a escrever cartas de despedida à minha família".
Prisão de alta segurança onde estava detida Lindsay Sandiford (Foto: Made Nagi / EPA)
A Indonésia tem atualmente quase 600 condenados no corredor da morte, de acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Kontras, que cita dados oficiais.
Entre eles, há mais de 90 estrangeiros, segundo o Ministério da Imigração e dos Serviços Prisionais.
Desde que assumiu o poder, há um ano, o Governo do presidente indonésio, Prabowo Subianto, libertou vários reclusos, todos condenados por crimes relacionados com drogas. Em fevereiro, o francês Serge Atlaoui, de 61 anos, regressou a França após 18 anos no corredor da morte. Reencarcerado ao chegar a França, foi libertado em julho. As últimas execuções na Indonésia ocorreram em 2016.
