
Comboio partiu na noite de segunda-feira
Maxim Zmeyev / Reuters
Após vários dias de bloqueio às investigações e de pressão internacional, os separatistas pró-russos que controlam a zona onde caiu o avião da Malaysia Airlines, no Leste da Ucrânia, aceitaram que os 282 corpos já resgatados fossem transportados de comboio para a povoação de Kharkiv, controlada pelas forças governamentais, e anunciaram que iriam entregar as caixas negras do Boeing 777 ao Governo da Malásia.
AO comboio com composições frigoríficas que transportam os 282 cadáveres abandonou a estação de Torez, segunda-feira à noite, em direção à povoação de Kharkiv, controlada pelas forças de Kiev.
Ao mesmo tempo, na Holanda, o primeiro-ministro Mark Rutte informava que o percurso iria "demorara muitas horas". Os corpos serão depois transportados para a Holanda para serem identificados. "Em Kharkiv, estamos prontos para ir buscar os corpos", acrescentou Mark Rutte.
Também ontem, o Conselho de Segurança das Nações Unidas, exigiu aos separatistas que permitam "o acesso seguro e ilimitado" à zona onde o avião da Malaysia Airlines de despenhou, para permitir as investigações. Por unanimidade, os 15 membros do conselho adotaram uma resolução, redigida pela Austrália, de onde eram oriundas 37 vítimas, a exigir que os responsáveis pela tragédia sejam levados à justiça.
No mesmo sentido, o procurador-geral da Holanda, país que perdeu 193 cidadãos, abriu um inquérito preliminar, no âmbito de uma lei que permite perseguir suspeitos por crimes de guerra, mesmo em situações ocorridas no estrangeiro e no caso de uma ou várias vítimas serem de nacionalidade holandesa.
O primeiro-ministro ucraniano, Arseniy Iatseniuk, declarou que a Holanda, "como país que mais sofreu", deve liderar a investigação internacional sobre o voo MH17.
Para permitir o acesso seguro ao local onde o avião se despenhou, o presidente ucraniano, Petro Porochenko, ordenou a suspensão das operações das tropas governamentais na zona.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a acusar os separatistas pró-russos de bloquearem a investigação. "O que estão a tentar ocultar?", questionou, numa declaração na Casa Branca, na qual exigiu à Rússia que use a sua "forte influência" sobre os rebeldes para permitir o acesso sem restrições à zona do sinistro.
Por outro lado, um alto responsável militar russo afirmou que um caça SU-25 ucraniano estava perto do voo MH17 pouco antes da queda . "Com que objetivo?"
O comboio com os corpos de 282 das 298 vítimas do avião da Malaysia Airlines partiu, ontem, de Torez, zona controlada por separatistas pró-russos, com destino a Kharkiv. Daí, cadáveres serão enviados para a Holanda.
