
Teve início, esta quarta-feira, a repatriação dos corpos das vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, do Leste da Ucrânia para a Holanda, após uma breve cerimónia no aeroporto de Kharkiv.
Dois aviões militares holandeses partiram do aeroporto de Kharkiv, uma cidade sob controlo do governo ucraniano no Leste do país, em direção a Eindhoven, no sul da Holanda, com os corpos de 40 vítimas.
Membros da família real holandesa irão receber os aviões antes de os corpos serem entregues às famílias, após uma identificação dos mesmos. Os aviões estão previstos chegar às 14.00 horas (hora de Portugal continental).
Uma breve cerimónia foi realizada em memória das vítimas, cujos corpos, após vários dias expostos no sítio da queda do avião controlado pelos rebeldes, foram carregados nos aviões por cadetes do exército holandês perante um pequeno grupo de oficiais.
Após um minuto de silêncio, apenas os passos dos militares se faziam ouvir no aeroporto enquanto estes carregavam os caixões nos aviões.
Perto de 50 residentes locais reuniram-se junto ao aeroporto para prestar condolências enquanto traziam baldes de flores nas mãos e bandeiras ucranianas nas costas.
"Estou tão triste por estas pessoas que morreram sobre o nosso país", afirmou Olga, acrescentando que os ucranianos se sentem "um pouco responsáveis pelo que aconteceu".
Dos 298 passageiros falecidos no desastre de dia 17 de julho, ocorrido sobre uma região ucraniana, 193 eram cidadãos holandeses.
Oficiais dos serviços secretos dos EUA afirmaram acreditar que os rebeldes atingiram o avião que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur com um míssil terra-ar por engano.
"A explicação mais plausível é que o abate se trata de um erro", e que o míssil foi disparado por um "militante mal treinado" usando um sistema que requer alguma habilidade e treino, sugeriu um alto oficial dos serviços secretos que não se quis identificar.
"Já tinham existido outros erros no passado", afirmou o oficial, referenciando um avião coreano abatido por um caça soviético em 1983 e um avião iraniano abatido pelas forças navais americanas em 1988.
Entretanto, vários líderes mundiais mostraram preocupação sobre o facto de nem todos os corpos terem sido recuperados, podendo muitos outros estar perdidos no vasto território ucraniano.
"Certos restos mortais não foram recuperados", disse Michael Bociurkiw, um porta-voz da missão da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) na Ucrânia, após visitar o local.
Tréguas foram declaradas pelos dois lados do conflito na zona da queda, mas os investigadores internacionais ainda enfrentam vários obstáculos. Oficiais indicaram que ainda só têm em seu poder 200 dos 298 corpos das vítimas.
